A UE apura como a Meta gerencia a disseminação de desinformação, supervisiona anúncios enganosos e protege a integridade eleitoral

União Europeia iniciou uma investigação sobre a Meta, big tech dona do Facebook e Instagram. A investigação foca em como a empresa gerencia a disseminação de desinformação, supervisiona anúncios enganosos e protege a integridade eleitoral em suas plataformas. 

Para quem tem pressa:

  • A União Europeia iniciou uma investigação sobre a Meta, dona do Facebook e Instagram, com foco em como a empresa gerencia a disseminação de desinformação, supervisão de anúncios enganosos e proteção da integridade eleitoral em suas plataformas. Esta investigação ocorre às vésperas das eleições europeias, onde novos membros do Parlamento Europeu serão eleitos em 27 países;
  • Os reguladores europeus estão preocupados com a eficácia da Meta em combater notícias falsas e conteúdos enganosos que podem amplificar divisões políticas e influenciar os resultados eleitorais. Há uma atenção especial à interferência estrangeira, particularmente da Rússia, que supostamente utiliza a plataforma para enfraquecer o apoio europeu à Ucrânia por meio de contas falsas e compra de anúncios enganosos;
  • A investigação também visa abordar falhas no sistema de moderação da Meta, exigindo ações mais eficazes para identificar e eliminar atores maliciosos e conteúdo problemático. Além disso, as autoridades europeias exigem mais transparência nos processos da Meta para entender como a desinformação se propaga por meio das suas plataformas;
  • Em resposta às preocupações, a Meta assegurou ter um processo robusto para identificar e mitigar riscos em suas plataformas e expressou vontade de continuar a colaboração com a Comissão Europeia para detalhar seus esforços de moderação.

Este escrutínio surge num momento crucial – às vésperas das eleições europeias, programadas para junho. Neste pleito, novos membros do Parlamento Europeu serão eleitos em 27 países. O Olhar Digital adiantou, no começo desta semana, que a União Europeia estava prestes a investigar a Meta.

A Comissão Europeia ainda não especificou uma data para a conclusão da investigação. Enquanto isso, a pressão sobre as redes sociais para lidar com a disseminação de informações falsas cresce globalmente, especialmente num ano marcado por eleições em várias partes do mundo.

Meta sob investigação na União Europeia

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(Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Os reguladores europeus estão preocupados com a capacidade da Meta de combater eficazmente as notícias falsas e outros conteúdos enganosos que podem amplificar divisões políticas e influenciar resultados eleitorais. 

A atenção está particularmente voltada para a interferência estrangeira, especialmente da Rússia, que tem interesse em enfraquecer o apoio europeu à Ucrânia.

Um relatório da AI Forensics, organização da sociedade civil europeia, apontou que uma rede de informações russa usava contas falsas para comprar anúncios enganosos na plataforma da Meta.

A investigação da UE também abordará as falhas no sistema de moderação da Meta, exigindo ações mais efetivas para identificar e eliminar atores maliciosos e conteúdo problemático.PUBLICIDADE

Além de aumentar a vigilância sobre o conteúdo político, as autoridades europeias exigem que a Meta forneça maior transparência em seus processos para entender como a desinformação se propaga através de suas plataformas.

Contexto da investigação

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(Imagem: David Esser/Shutterstock)

A abordagem da UE contrasta fortemente com a dos Estados Unidos, onde proteções legais como a liberdade de expressão limitam o envolvimento do governo na regulação do discurso online. 

Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), em vigor na UE, confere aos reguladores poderes extensos para exigir que grandes plataformas como a Meta gerenciem rigorosamente o conteúdo que circula em suas plataformas.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reforçou num comunicado que as grandes plataformas digitais têm a obrigação de investir adequadamente em sistemas que previnam a disseminação de conteúdo prejudicial. 

Em resposta às preocupações levantadas, a Meta assegurou ter um processo robusto para identificar e mitigar riscos em suas plataformas. E expressou vontade de continuar a colaboração com a Comissão Europeia para detalhar seus esforços de moderação.

Por Pedro Spadoni

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União Europeia investiga Meta por disseminação de desinformação
Foto: Angga Budhiyanto/Shutterstock)