Apoiar o pé esquerdo no pedal da embreagem ou dirigir com a mão na alavanca de câmbio (em versões com câmbio manual) são alguns dos hábitos que prejudicam a durabilidade de um carro. Obviamente, desejamos que nossos veículos durem por muito tempo e com o mínimo de dores de cabeça com manutenções. Por isso, Autoesporte conversou com Erwin Franieck, presidente do Instituto de Tecnologia e Inovação da SAE Brasil, para mostrar cinco hábitos ruins que podem prejudicar o motor de um carro.
Não trocar o óleo
De acordo com Franieck, o óleo lubrificante é fundamental para o bom funcionamento do motor, seja ele naturalmente aspirado ou turbinado. A substituição deve ser realizada dentro do prazo determinado pelo fabricante, que pode ser tempo ou quilometragem.
“A troca de óleo e filtros no período correto é fundamental. Utilizando lubrificante correto e com as suas propriedades mantidas, o motor não será afetado”, afirma Franieck. O mesmo vale para os filtros. “O filtro de ar em mau estado pode permitir a entrada de impurezas no motor, causando o desgaste da camisa, dos anéis do pistão e das válvulas”, explica.
Não encher o reservatório do arrefecimento
Também é importante ficar atento ao reservatório do arrefecimento. “Se notar que a água está baixando de nível, pode ser indício de um problema sério que deve ser verificado. O sistema de arrefecimento é tão importante para o motor quanto o óleo”, diz.
Ficar completando o reservatório não adianta e “a cada dia que passa, esse problema pode danificar um componente, como o cabeçote, por exemplo. E se ele empenar, não terá a capacidade de vedação adequada, resultando em vazamentos de óleo ou água, e geralmente falhas no motor”, completa.
Vale lembrar que não é indicado completar o nível com água de torneira. O correto é utilizar um fluido próprio para o arrefecimento, que utiliza água desmineralizada em sua composição.
Abastecer com combustível adulterado
Claro que o combustível não pode ficar de fora dessa lista, pois a ingestão de combustível adulterado também prejudica o bom funcionamento do motor e pode comprometer o veículo. Fique atento a sinais como falha na partida, motor “engasgando” ou até aumento no consumo.
Rodar pouco
Aliás, rodar pouco também não é nada bom para o motor. “Não deixe o carro parado por muito tempo, porque os líquidos acabam se degradando e perdem suas propriedades. Vira um efeito cascata. A recomendação é rodar pelo menos uns 20 ou 30 minutos uma vez por semana para que todos os fluidos circulem pelo sistema. Isso ajuda a evitar, por exemplo, o ressecamento das borrachas das mangueiras”, explica o especialista.
Por isso as pessoas que guardam carros antigos drenam todos os sistemas. “Depois de seis meses parado, a gasolina já perde sua capacidade original de queima”.
Dar partida rápida no motor
A última dica é relacionada à partida do motor. Não é mais necessário ligar o carro e ficar 5 minutos esperando ele “esquentar”. Mas isso não significa ligar e sair arrancando da garagem. “Nos primeiros segundos os sistemas não estão todos lubrificados. Lembre-se que o óleo escorre todo para o cárter quando o carro fica parado e, ao dar a partida, ele precisa voltar a circular. Ou seja, dê a partida e no tempo de colocar o cinto de segurança, ajustar os retrovisores e ligar o rádio você já pode sair, mas espere a temperatura do motor atingir a temperatura ideal de trabalho para acelerar mais forte”.
“Em uma viagem a recomendação é a mesma caso você pare por mais de 30 ou 40 minutos. Portanto, depois que voltar para o carro, dê a partida e dirija sem forçar demais após as paradas”. Essas são preocupações importantes para quem deseja ficar muitos anos com o carro — e rodando.
Fonte: Autoesporte