Engana-se quem pensa que as doenças mentais são de exclusividade humana: os pets também podem tê-las. Fobias e ansiedade são alguns dos transtornos mais comuns entre cachorros e, muitas vezes, podem ser identificadas e prevenidas pelos próprios tutores. O tratamento varia.
Doenças mentais em cachorros podem vir de traumas
A fobia é considerada o principal gatilho para o desenvolvimento de doenças mentais em cães. Ela pode vir de algum trauma pelo qual o pet passou, provocando sintomas de medo, pânico e aumento da agressividade.
Segundo Carolina Jardim, psicóloga e mestranda em Psicologia Experimental com ênfase em comportamento animal pela USP, ao Jornal da USP, as fobias mais comuns são relacionadas a barulho, outros cães, pessoas e procedimentos veterinários.
Ansiedade é outro transtorno comum entre cães e pode vir, por exemplo, da ausência prolongada do tutor (o que causa traumas). De acordo com Jardim, nesses casos os cachorros podem desenvolver sintomas de pânico, tentar fugir de casa, arranhar a porta ou até se machucar na tentativa de encontrar o tutor.
Tutor deve estar atento para mudanças de comportamento
- Em alguns casos, as mudanças de comportamento são perceptíveis. Já em outras, são sutis e requerem o diagnóstico de um veterinário comportamentalista;
- Durante a consulta, são avaliados os comportamentos do cão, possíveis traumas, dores, questões cronológicas e neurológicas, como alergias ou problemas gastrointestinais;
- Caso o cachorro tenha alguma doença mental, o tratamento depende do grau de intensidade. Em casos em que não há complicações físicas, a medicamentação com ansiolíticos ou antidepressivos pode ser uma solução;
- Já em outros casos, mudanças de ambiente para evitar contato com traumas e sensibilização do pet com os gatilhos, de forma gradual para acostumá-los, podem aliviar os sintomas das doenças mentais.
Formas de prevenir doenças mentais nos cachorros
No caso dos melhores amigos do homem, há formas de prevenir as doenças mentais.
Segundo Jardim, a prevenção começa na hora de escolher um pet: o cãozinho deve ter familiaridade com o perfil da família. Por exemplo, se você mora sozinho e passa o dia fora, talvez não seja uma boa ideia. A psicóloga lembra que cachorros nunca podem ficar sozinhos por mais de oito horas.
A comunicação adequada e o estímulo em algumas atividades básicas, como realizar exercícios físicos ou farejar, também ajudam.