Imagem: crystal light/Shutterstock

Equipe do Reino Unido analisou 17 tipos comuns de produtos químicos sintéticos para descobrir seus níveis de absorção pela pele humana

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, confirmaram que os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) – compostos químicos sintéticos frequentemente encontrados em utensílios de cozinha, embalagens de alimentos, móveis e roupas – podem ser absorvidos pela pele e entrar na corrente sanguínea.

Entenda:

  • Pesquisadores descobriram que os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) – produtos químicos sintéticos – podem entrar na corrente sanguínea através do contato com a pele;
  • Os PFAS são comumente encontrados em utensílios de cozinha, embalagens de alimentos, móveis, roupas e outros;
  • Já sabíamos que os compostos podem entrar no nosso organismo de algumas formas, mas, até então, romper a barreira da pele não era uma delas;
  • Os PFAS são associados a diversos problemas de saúde, e seu uso é regulamentado em alguns países – não é o caso do Brasil;
  • O estudo foi publicado na Environment International.

Já sabíamos que os PFAS conseguem se infiltrar no corpo humano de diversas formas, como a ingestão de alimentos e bebidas ou através da inalação. Porém, até então, acreditava-se que esses compostos – relacionados a certos problemas de saúde – não eram capazes de romper a barreira da pele.

Compostos químicos foram testados em peles artificiais
No estudo, a equipe analisou 17 tipos de PFAS mais comuns com uso regulamentado pela Diretiva de Água Potável (2020/2184) da União Europeia. Para substituir testes em animais, os pesquisadores utilizaram modelos 3D cultivados em laboratório com várias camadas de um tecido que imita a pele humana.

15 PFAS foram substancialmente absorvidos após a aplicação na pele artificial. No caso do PFOA (ácido perfluorooctanóico) – o composto mais regulamentado -, a absorção foi de 13,5%, com 38% da dose aplicada retida no tecido.

De acordo com os pesquisadores, a quantidade de PFAS absorvida é relacionada ao comprimento de sua cadeia de carbono. Ou seja, os compostos com cadeias mais longas apresentaram níveis de absorção mais baixos, e os de cadeias mais curtas eram mais absorvíveis.

“Vemos uma mudança na indústria para produtos químicos com comprimentos de cadeia mais curtos porque se acredita que sejam menos tóxicos – no entanto, podemos acabar absorvendo mais deles, por isso precisamos saber mais sobre os riscos envolvidos”, explica Stuart Harrad, coautor do estudo, em comunicado.

Por Ana Julia Pilato – Olhar Digital

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Compostos químicos ‘eternos’ podem entrar na sua corrente sanguínea