O elo entre o bem-estar emocional e a alimentação é um campo de crescente interesse entre especialistas e público geral. No Ceará, profissionais do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto esclarecem como escolhas alimentares influenciam diretamente nossa condição psicológica. A ênfase é colocada na escolha por alimentos naturais e o cuidado com produtos industrializados.
Vitória Oliveira, nutricionista clínica da instituição, destaca uma conexão significativa entre o cérebro e o intestino. Por vezes referido como o “segundo cérebro” devido à sua capacidade de influenciar a saúde geral do corpo, o intestino desempenha um papel crucial na regulação emocional através dos alimentos que processamos.
Qual a relação entre alimentos e estados emocionais?
Neurotransmissores, substâncias químicas no cérebro que transmitem sinais entre os neurônios, têm sua produção alterada conforme a dieta. Alimentos ricos em nutrientes podem potencializar neurotransmissores que proporcionam sensação de prazer e felicidade. Portanto, a alimentação adequada é fundamental para uma mente saudável.
A nutricionista recomendou alguns alimentos in natura e pouco processados. Entre os indicados estão frutas, legumes, verduras, hortaliças, grãos integrais, carnes magras, peixes, ovos e feijão. Oliveira enfatiza a importância de incluir fontes de gorduras boas, como peixes oleosos, sementes e azeite de oliva extra virgem.
Por outro lado, a especialista adverte sobre os perigos dos alimentos ultra-processados, ricos em aditivos que podem se acumular no cérebro e afetar negativamente o seu funcionamento. Alternativas saudáveis incluem a substituição de carboidratos refinados por complexos como tubérculos.
Como alimentos específicos ajudam a combater depressão e ansiedade?
- Cúrcuma e beterraba são alimentos poderosos contra a depressão.
- Frutas vermelhas, iogurte natural integral, abacate, canela, cacau e kiwi estão entre os recomendados para elevar o humor.
- Para a ansiedade, chás de mulungu, melissa e folha de maracujá são excelentes por promoverem um aumento nos neurotransmissores inibitórios.
Além da dieta, Nayana Holanda, psiquiatra do HSM, reforça que cuidados como psicoterapia, exercícios físicos, higiene do sono adequada e suporte social são essenciais para a prevenção e tratamento de desordens mentais. Em alguns casos, tratamento medicamentoso pode ser necessário, devendo sempre ser acompanhado por profissionais.
A saúde mental é um aspecto vital de nosso bem-estar geral, bastante influenciada por nossas escolhas alimentares. Portanto, cuidar da dieta não é apenas uma questão de saúde física, mas também psicológica.