O Ministério da Defesa da Rússia revelou que a bomba termobárica Odab-500 foi lançada por um avião caça sobre território ucraniano
Para conter a incursão ucraniana na região de Kursk, situada na fronteira entre os dois países, a Rússia declarou ter utilizado uma bomba termobárica. Este ataque marca o sexto dia de uma ofensiva inédita da Ucrânia em território russo.
Também conhecidas como “bombas a vácuo”, as bombas termobáricas são armas de destruição massiva que utilizam quase exclusivamente combustível explosivo. Ao detonar, elas sugam o oxigênio do ambiente, criando uma explosão prolongada e de altíssima temperatura.
Essas bombas são significativamente devastadoras. Elas têm a capacidade de vaporizar pessoas próximas ao ponto de impacto e causar danos severos a quem estiver um pouco mais distante, incluindo a ruptura de pulmões e tímpanos devido à intensa onda de choque.
Como funciona a bomba a vácuo da Rússia
Após a detonação inicial da bomba termobárica Odab-500, o combustível se espalha pelo ar, formando uma nuvem inflamável que é posteriormente acesa. A explosão resultante não só gera uma enorme pressão, como também consome todo o oxigênio ao redor, criando uma área de pressão negativa ou vácuo.
De acordo com a Agência Nacional de Imprensa Associada (ANSA), a ONG Observatório dos Direitos Humanos destaca um estudo da CIA que detalha os efeitos desse tipo de armamento. “Qualquer pessoa próxima ao ponto de detonação é aniquilada, enquanto as que estiverem mais distantes podem sofrer danos internos graves, como lesões nos pulmões e outros órgãos, além de possíveis traumas cerebrais e cegueira”. A devastação causada pelas bombas a vácuo é tamanha que seu uso é amplamente condenado por organizações internacionais de direitos humanos.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que a bomba, com peso de meia tonelada, foi lançada por um caça supersônico Su-34 contra um local onde supostamente estavam “mercenários estrangeiros”, na periferia sul de Sudzha, na região de Kursk. A pasta também relatou o abate de 32 drones ucranianos na região, sendo 26 em Kursk e seis em Yaroslavl.
Em resposta à ofensiva ucraniana, o governo russo instaurou um regime “antiterrorismo” em três províncias fronteiriças: Kursk, Belgorod e Briansk. Esta medida é uma reação ao que Moscou descreveu como “uma tentativa sem precedentes do regime de Kiev de desestabilizar a situação” nessas áreas.
Os conflitos de Kursk marcam uma etapa diferente na guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022. Antes, a Ucrânia concentrava suas ofensivas em ataques aéreos e operações limitadas dentro da Rússia, sem realizar operações terrestres significativas. No entanto, com o respaldo de armamentos ocidentais e a liberação de bens russos bloqueados, Kiev optou por intensificar suas operações e expandir o confronto pelo território russo.
Por Flavia Correia / Fonte: Olhar Digital