Arroz, feijão, pão francês, farinha de mandioca, milho e peixes frescos estão mais presentes na mesa das pessoas com renda mais baixa do que na daqueles com renda mais alta. Já a maioria das frutas e produtos industrializados teve maior frequência nas classes de rendimento maior. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, divulgada hoje (21) pelo IBGE.
O gerente da pesquisa, André Martins, explica que embora haja diferença na frequência de consumo de arroz e feijão entre as pessoas de classes de rendimento diferentes, esses produtos ainda são bastante presentes na dieta dos brasileiros em geral. Mas na classe de rendimento mais baixa a quantidade consumida é maior. “Já os produtos industrializados, que têm valor de mercado maior, são mais encontrados nas famílias de rendimento per capita mais alto”, afirma.
A POF considera como frequência de consumo o percentual da população com 10 anos ou mais de idade que afirmou ter consumido um determinado alimento nas 24 horas que antecedem a entrevista. Já o consumo médio per capita mede a quantidade de um alimento, em gramas, consumida por uma pessoa por dia.
Além de produtos como doces, pizzas, salgados fritos e assados e sanduíches serem mais frequentes na classe de rendimento mais alta, a quantidade consumida também é maior entre eles. Um exemplo é a pizza, alimento referido por 4,6% dos moradores dos domicílios com maior rendimento, no período pesquisado. Nos domicílios de renda mais baixa esse número era de 1%. Em relação à quantidade, os moradores com 10 anos ou mais de idade, das famílias do primeiro quarto de rendimento (renda mais baixa) consomem, em média, 1,8 gramas de pizza por dia, enquanto aqueles do último quarto (renda mais alta) consomem 12,5 gramas.