Ao participar de um seminário online com os ministros André Mendonça (Justiça) e Tereza Cristina (Agricultura), o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu um esforço conjunto entre governo, entidades do agro e bancos para combater a venda casada no agro.
A venda casada é uma prática ilícita em que a liberação do crédito rural é vinculada à contratação de outros produtos ou serviços bancários, como títulos de capitalização, consórcio, aplicações, seguros que não estão relacionados à produção, entre outros.
Organizado pela CNA e pelos ministérios da Agricultura e da Justiça, o webinar esclareceu como os produtores podem identificar a prática e se proteger da venda casada e ocorreu um ano depois da assinatura do acordo de cooperação entre os ministérios, com a Confederação sendo uma das signatárias, para combater este crime.
“O primeiro passo para se combater uma prática ilegal é reconhecer que ela existe e o governo deu um passo importante com esse acordo. Os bancos oferecem juros de 2,7% a 8% para essa safra, mas quando bancos começam a impor, principalmente aos pequenos produtores, outros produtos, como plano de saúde, odontológico, os juros crescem e chegam a 12%, 14%, 18%”, alertou o presidente da CNA.
Para o ministro da Justiça, André Mendonça, a venda casada afeta a atividade e a renda principalmente de pequenos produtores, que pagam três vezes mais juros em relação à operação de crédito rural em função da inserção de custos tributários e elementos relacionados à venda casada. Ele reforçou que o ministério tem à disposição um site para denúncias relacionadas a estas e outras práticas ilícitas.