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O sistema já integra mais de 11 milhões de hectares no Brasil, 83% dos quais no sistema já consolidado de lavoura e pecuária (agropastoril). Em menor escala aparecem o lavoura, pecuária e floresta (agrosilvipastoril com 9%), seguido do pecuária e floresta (silvipastoril com 7%) e, em muito menor escala, o lavoura e floresta (silviagrícola com apenas 1.0%).

A sistema otimiza o uso da mesma gleba para a produção de carnes, grãos e madeira e intensifica a ciclagem dos nutrientes no solo, reduz a pressão sobre o desmatamento e possibilita a diversificação de cultivos, o que é desejável desde uma perspectiva econômica e ambiental.

No sistema tradicional de cultivo do milho safrinha em sucessão à soja, poderia ser mais vantajoso o estabelecimento de uma pastagem no lugar do milho, particularmente em regiões onde os solos são arenosos e chove pouco no período outono – inverno, período durante o qual é finalizada a 2ª safra de milho. Nessas condições, considerando o alto custo de estabelecer o milho safrinha, aliado ao alto risco climático, criar bois na entressafra da soja parece ser menos arriscado.

A integração da lavoura com a pecuária tem sido uma boa estratégia para recuperar, com menor custo, pastagens degradadas, de vez que, no processo de estabelecer uma lavoura em sucessão a um pasto degradado, a área degradada é corrigida e fertilizada, ensejando alta produtividade da pastagem, quando do retorno da gleba à atividade pecuária. No entanto, a produtividade de uma lavoura que sucede uma pastagem degradada, dificilmente será igual àquela de uma lavoura que sucede outra lavoura, onde o solo sofreu melhorias ao longo de várias temporadas.

Coisa diferente acontece quando uma pastagem é estabelecida após uma lavoura. O pasto resultante dessa operação será muito mais produtivo do que aquele que existia anteriormente ao estabelecimento da lavoura e será capaz de sustentar várias unidades animal (UA) por hectare, ante pastagens muito degradadas, as quais podem ser incapazes de sustentar 1,0 UA/ha.

As razões que levam um produtor a adotar a integração lavoura e pecuária ou pecuária e floresta, é a oportunidade de auferir maior renda e otimizar os recursos da propriedade (mão de obra, máquinas, terra, entre outros). Também são benefícios da integração, a manutenção da cobertura do solo, a diversificação da produção, a redução dos riscos de erosão, e ser uma alternativa para reforma de pastagens.

Além disto, o sistema reduz a infestação de plantas daninhas, insetos-praga e doenças nas lavouras que sucedem a pastagem. Aumento da ocorrência de inimigos naturais, ausência de cigarrinha na pastagem e de lagarta desfolhadora no eucalipto são algumas das diferenças em sistemas integrados de produção agropecuária quando comparadas a sistemas solteiros de cultivo (Embrapa Agrossilvipastoril), sem deixar de mencionar o acúmulo de matéria orgânica que o sistema proporciona ao solo, melhorando a sua estrutura e a retenção da água, principalmente em solos arenosos, cuja capacidade de retenção é baixa.

As vantagens do sistema iLPF não residem apenas na melhoria do rendimento das lavouras e das pastagens, mas, também, na melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, assim como, na possibilidade de diversificar os cultivos que, por sua vez, possibilitam a garantia de renda, também diversificada.

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Integração de atividades agrícolas já integra 11 milhões de hectares no País