Pesquisadores da Embrapa Florestas (PR) demonstraram que a nanocelulose do tipo microfibrilada (conhecida como MFC) de pinus e de eucalipto pode atuar como espessante e emulsificante eficaz no preparo de álcool antisséptico e álcool em gel, produtos utilizados na linha de frente dos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus e com grande procura pelo mercado consumidor.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), com a pandemia do coronavírus, a demanda global por álcool em gel cresceu 10 vezes em relação ao registrado em 2019. Isso resultou na falta do principal espessante usado na sua fabricação: o carbopol.
O problema levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a flexibilizar as normas para a fabricação de álcool em gel e diversas instituições têm atuado na produção e disponibilização do produto.
O Laboratório da Tecnologia da Madeira da Embrapa Florestas tem trabalhado em diferentes formulações para elaboração do álcool 70% usando nanocelulose de pinus e de eucalipto como espessante, em substituição ao carbopol. A celulose branqueada passa por um processo de desfibrilação mecânica, que resulta na suspensão aquosa de nanocelulose, que tem propriedades de um gel e é capaz de substituir o carbopol na emulsificação.