Pesquisadores brasileiros estão avaliando o tamanho dos danos provocados pelas queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, e as formas de recuperar a fauna e a flora do bioma.
Um dos esforços é tentar identificar os locais onde as sementes das plantas permanecem viáveis sob o solo, e onde elas foram destruídas.
“Nós não sabemos ainda [onde houve destruição das sementes]. Depende muito da quantidade de combustível e o tempo de residência desse fogo. Se não tiver esses bancos de sementes, essas riquezas, não adianta chover. Se realmente foi afetado, não vai ter esse retorno”, diz a pesquisadora da Embrapa Pantanal, Sandra Aparecida.
“Nós temos que buscar formas de recuperação do Pantanal. Por isso, é muito importante saber como era antes e tentar trabalhar com o que a gente trabalha no Pantanal, que é a resiliência adaptativa. A resiliência é quando buscamos que o ambiente volte o que era antes”, acrescenta.
Na Serra do Amolar, uma das mais belas paisagens do Pantanal de MS, o fogo foi impiedoso e queimou 70% da área que servia de refúgio para muitas espécies de animais, durante o período de cheias.
Mas, por lá, os pesquisadores do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) coordenam um estudo para avaliar a região, e já planejam reflorestar o local.
“Nós verificamos onde o fogo foi considerado de intensidade alta ou média, e quão rápido foi o aumento dessa temperatura até chegar no solo. Isso impacta diretamente no banco de semente”, diz o biólogo Nilson Lino Xavier Filho.