Após dois anos de queda, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio paulista subiu 1,5% em 2019. O setor representou 12% do PIB total do estado.A grande questão é como ficará 2020, um ano completamente atípico, principalmente para o Estado de São Paulo, o mais afetado pelo avanço do Coronavírus no país.
Nicole Rennó, pesquisadora da equipe macroeconômica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), diz que prever PIB sempre tem uma dose de dificuldade. Nesse momento, então, qualquer estimativa se torna ainda mais difícil.
Apesar disso, ela afirma que não haverá nada de trágico no setor. O grande desafio será a demanda doméstica. Não haverá a recuperação prevista anteriormente e, ao contrário, as perspectivas já são de queda do PIB nacional, como mostram números do próprio Banco Central.
A demanda externa, porém, continua. Além das exportações de grãos, o país mantém bom ritmo de vendas de carnes.
Na avaliação da pesquisadora, a deficiência de proteínas na China, provocada pela peste suína africana, pode ser elevada ainda mais com a proibição, pelo governo chinês, do consumo de carnes exóticas.
Há, no entanto, alguns fatores que devem ser considerados, como o efeito do Coronavírus na economia mundial e o preço das commodities. O agronegócio do Brasil, porém, principalmente pelo patamar do valor do dólar, deverá ser beneficiado no mercado internacional.
No campo da logística, um setor essencial para o agronegócio, ainda não há nada que possa afetar o PIB, afirma a pesquisadora.
O cenário agropecuário para São Paulo é bom. Cana-de-açúcar, café, milho soja e carnes têm boas perspectivas. No setor sucroenergético, por exemplo, a situação do etanol não é confortável, devido à queda interna no uso do combustível e à redução de preços do petróleo. O açúcar, contudo, tem boas perspectivas, diz Rennó.