Congressistas dos EUA e órgãos de defesa do consumidor dizem que a carne bovina brasileira ainda pode oferecer riscos e fazem pressão contra a decisão do Departamento de Agricultura de suspender o embargo às importações.
Perdue respondia a uma carta que mais de uma dúzia de senadores assinaram em 28 de fevereiro contra a decisão do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, na sigla em inglês) de permitir o retorno das importações brasileiras de carne bovina in natura.
Condições sanitárias irregulares levaram ao embargo em 2017. Embora a mais recente inspeção do Departamento de Agricultura tenha autorizado a comercialização da carne brasileira, vários parlamentares expressaram ceticismo em relação a melhoras de longo prazo.
“Como os Estados Unidos interromperam as importações brasileiras de carne bovina in natura menos de um ano após o Brasil ter conseguido acesso em 2016, temos sérias preocupações sobre a capacidade do Brasil de manter padrões adequados de segurança alimentar a longo prazo”, escreveram 15 senadores, incluindo a deputada do Partido Democrata Debbie Stabenow (Michigan), que faz parte do Comitê de Agricultura.
Oito dos 28 frigoríficos brasileiros habilitados a exportar aos EUA foram inspecionados recentemente, disseram os senadores, que questionaram quando os outros 20 seriam inspecionados.
“O USDA deve concluir uma inspeção mais abrangente das ações corretivas adotadas pelo Brasil para abordar as preocupações que levaram à interrupção das importações”, disse o senador republicano Jerry Moran (Kansas) em comunicado por e-mail na terça-feira (3).
Os parlamentares solicitaram uma resposta por escrito até 10 de março. O FSIS atualmente analisa a carta e irá responder, de acordo com um porta-voz do departamento.
Resposta do Brasil
Uma autoridade do governo brasileiro disse que o Ministério da Agricultura está sujeito a um acordo com os EUA que garante “reconhecimento de equivalência” —um processo que determina se o sistema de inspeção de segurança alimentar de um país atende aos padrões de saúde pública norte-americanos.
Tony Corbo, lobista sênior da Food & Water Watch, disse que o FSIS deve fazer uma análise rigorosa antes de recompensar o país. “O Brasil não tem um programa robusto de testes microbiológicos para seus produtos”, disse Corbo em entrevista por telefone na terça-feira. “Inspetores do governo foram subornados para aprovar a carne como segura.”.