Já tivemos oportunidade de nos referir à imunoterapia homeopática em outro artigo, onde demos ênfase aos medicamentos homeopáticos chamados de isoterápicos. Aqui enfocaremos seu uso no dia a dia da clínica homeopática e quais os benefícios que podem trazer aos pacientes.
Medicamentos isoterápicos são variantes dos medicamentos homeopáticos clássicos, pois não agem pelo mecanismo da semelhança de sintomas, mas, tanto melhor, agem pelo mecanismo de absoluta identidade com o agente causador da patologia que se quer tratar. Sistema esse também conhecido como isopatia.
Lembramos que um medicamento homeopático clássico é uma substância que provoca determinados sintomas em indivíduos sãos, e que ao mesmo tempo, após preparado homeopaticamente, é usado para curar sintomas parecidos – ou semelhantes – em um indivíduo doente, por exemplo: sabemos por observação científica comprovada que a ingestão de café provoca um estado de euforia ou hiperatividade em pessoas saudáveis. Assim, transformado em medicamento homeopático, o café verde, ou ‘Coffea cruda’, é justamente utilizado para o tratamento de diversos transtornos que provocam sintomas semelhantes, como ansiedade, hiperatividade, insônia, etc.
Já o medicamento isoterápico utiliza como matéria prima o próprio agente causador da patologia que se deseja tratar. Neste aspecto assemelha-se muito às vacinas comumente conhecidas, muito embora atinja seus objetivos por mecanismos diferentes. Nas vacinas usamos o próprio vírus, ou bactéria, atenuados, ou então certas porções de suas proteínas ou material genético, que serão depois inoculados nos pacientes para induzir uma resposta imunológica. Mas os medicamentos homeopáticos isoterápicos não utilizam apenas vírus e bactérias, podendo também serem feitos à partir de fungos, protozoários, vermes, insetos, animais mais complexos ou partes deles, secreções diversas, substâncias químicas venenosas, medicamentos que provocam alergias em determinadas pessoas, elementos alergênicos diversos como poeira, pólen, grama, pelos e caspa de animais domésticos, ácaros, mofo, diferentes tipos de alimentos que também provoquem reações alérgicas como peixe, ovos, camarão, corantes, leite, carnes, etc., etc., etc.
Na nossa prática clínica tivemos ocasião de utilizá-los com sucesso em vários pacientes: Casos de asma e/ou rinite alérgica ocasionados por poeira doméstica, ácaro ou reações a animais domésticos;
Casos de infecções persistentes por um determinado agente, como candidíases (‘sapinho’), infecções urinárias, micoses de unhas;
Casos de urticárias importantes ocasionadas por alergias alimentares ao leite, ovos, camarão, peixes, chocolate, etc;
Casos mais complexos em que os isoterápicos foram utilizados como tratamento complementar de doenças crônicas ou neoplásicas como câncer de mama e leucemias. Nestes últimos casos foram utilizados como matéria-prima os materiais conseguidos através de biopsias.
Nestes tipos de tratamento espera-se alcançar uma dessensibilização ou tolerância aos agentes causadores de alergias, ou alcançar uma reação imunológica específica nos casos de doenças crônicas ou neoplásicas.
Durante o processo de tratamento, que pode durar de seis meses a dois anos em média, podemos acompanhar as adaptações imunológicas dos pacientes através de exames laboratoriais específicos. E é muito comum observarmos inicialmente um aumento dos anticorpos específicos no sangue destes pacientes, muito embora não estejam entrando em contato com os agentes causadores, utilizando somente a medicação homeopática, o que indica o reforço da sensibilização, mesmo com medicamentos altamente diluídos, onde já nem existem átomos das moléculas da matéria-prima, fato este que impede totalmente os efeitos colaterais indesejáveis.
Num segundo momento observamos um decréscimo variável dos níveis de anticorpos específicos, acompanhado de um aumento também variável da tolerância aos agentes alergênicos ou patológicos em questão, sentido na vida diária do paciente, que pode novamente entrar em contato com estas substâncias sem que haja sintomas desagradáveis, ou, quando estes sintomas surgem, são mais discretos.
Por outras variantes do esquema de tratamento, pode-se conseguir um estado imunológico sempre mais ativo, o que é desejável nos casos em que tratamos neoplasias diversas, ou casos em que os pacientes se encontram submetidos à quimioterapia, que por si causa uma grande diminuição da atividade imunológica.
Enfim, eis que a homeopatia também contribui com uma imunoterapia muito específica, podendo melhorar a qualidade de vida de inúmeros pacientes que sofrem diariamente por diversos transtornos, colocando-se como mais uma opção de tratamento para estes mesmos transtornos.
Dr. Alexandre Eduardo W. U. F. Perez – CRM: 86.576 / RQE:83.551 – Especialista em Homeopatia pelo Instituto Homeopático François Lamasson – Titulado pela Associação Médica Brasileira e Associação Médica Homeopática Brasileira
Clínica Anima e Soma – Av. Cascata, 111
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