Entre todas as atividades que as baleias tomam parte no mar, há uma que você nunca adivinharia — skincare. Orcas, golfinhos e baleias-jubarte já foram vistos curtindo uma esfoliação na pele, geralmente ao se rasparem contra gelo e rochas. Um novo método, no entanto, tem sido observado entre os cetáceos, e inclui a alga Laminariales, também conhecida como kelp. Esse, aliás, não é o único comportamento inteligente e curioso dessas fascinantes criaturas.
- Orcas afundam iate na costa do Marrocos em apenas 45 minutos
- Tecnologia para detectar bombas nucleares encontra baleias-azuis raras
Em especial, as apreciadoras desse cuidado são as baleias-de-barbatana — se referindo ao filtro usado na alimentação, e não nas nadadeiras —, incluindo as baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae). Elas têm sido observadas nadando com as algas sobre a cabeça, no que tem sido chamado de “kelping”. Na costa da Austrália, elas foram vistas buscando ativamente por kelp, o que também foi visto com as baleias-cinzentas (Eschrichtius robustus), que se alimentam desse tipo de planta marinha.
Ciência e o skincare das baleias
Para estudar o comportamento, os pesquisadores tomaram um caminho curioso — observar postagens feitas em redes sociais contendo registros dessas gigantes dos mares. Foram 100 vídeos ou fotos tirados por outros cientistas, tours de observação de baleias e público geral, onde foi possível notar que as partes preferidas para o uso do kelp pelas baleias ficavam entre a nadadeira frontal e a parte dianteira da face (chamada “rostrum”). Isso ocorreu em 56% dos registros.
Veículos aéreos não tripulados (UAVs) também foram usados para verificar o comportamento, filmando os cetáceos rodopiando com o kelp enrolado no corpo ao redor de nadadeiras diferentes ou nos rostrums. Assim como nos golfinhos, acredita-se que a atividade também tenha a finalidade de esfoliar a pele, removendo piolhos-de-baleia (tipo de crustáceo), pele morta e bactérias.
Por outro lado, pode ser que o comportamento seja, também, apenas para fins recreativos, ou seja, brincar com as algas apenas pelo prazer da coisa — elas também já foram vistas brincando com madeira flutuante e águas-vivas, por exemplo. Os cientistas planejam usar cada vez mais UAVs para fazer essas observações, mas lembram dos esforços de conservação do kelp, cuja presença está sendo ameaçada nos mares atualmente.Fonte: Journal of Marine Science and Engineering