Já faz tempo que a ciência busca um método de reverter o envelhecimento, e essa missão pode estar cada vez mais perto de se concretizar: em artigo publicado na Aging, pesquisadores descobriram uma combinação de moléculas que podem tornar uma célula jovem novamente.
Os cientistas analisaram genes específicos, chamados fatores de Yamanaka, diretamente envolvidos na transformação de células em células-tronco pluripotentes induzidas, com capacidade de se transformar em qualquer outra célula do corpo.
O grande desafio da pesquisa antienvelhecimento é o resultado de células propensas ao câncer, mas isso foi contornado nesse novo método.
O que acontece é que, na prática, as células envelhecidas funcionam como um mecanismo para impedir o acúmulo de mutações prejudiciais. Interromper ou retardar esse processo pode gerar consequências, como o temido câncer.
“Até recentemente, o melhor que podíamos fazer era retardar o envelhecimento. Novas descobertas sugerem que agora podemos reverter isso”, os pesquisadores afirmam.
Coquetel de moléculas
Ao todo, o grupo identificou seis combinações de moléculas capazes de reverter o envelhecimento e tornar as células biologicamente “mais jovens”.
Em experimentos com roedores, os pesquisadores também descobriram que a administração de fatores Yamanaka com um vetor viral foi capaz de melhorar a visão e outras características do envelhecimento.
Os autores afirmam que o uso de uma abordagem medicamentosa pode ter impactos de longo alcance no campo, com custos e prazos de desenvolvimento mais baixos. Isso representa um impulso na capacidade de combater o envelhecimento.
Ciência contra envelhecimento
Em 2022, em estudo publicado na revista Nature Communications, cientistas descreveram um novo método para retardar o envelhecimento, com base nas respostas ao estresse utilizadas pelas células. O experimento foi conduzido em algumas espécies de vermes.
Trata-se de um conceito que já vem passando por mudanças ao longo dos anos. Em 2020, foi a primeira vez que cientistas conseguiram reverter envelhecimento de células humanas. A pesquisa pôde reduzir as células senescentes (aquelas que deixam de se dividir e ficam se acumulando no organismo) em 37%, dando espaço para que células novas e saudáveis se multiplicassem.
Recentemente, uma terapia gênica mostrou a capacidade de reverter o envelhecimento do coração, chegando a reduzir dez anos. No primeiro momento, experimentos foram realizados com células do tecido cardíaco, retiradas de pacientes idosos que não continham a mutação associada à longevidade e apresentavam insuficiência cardíaca, in vitro.