“Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia? O tempora, o mores! “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Oh tempo, oh costumes!” Marco Túlio Cícero – Senador Romano, discurso 63 a.c. (As Catilinárias.)

A história se repete como tragédia ou farsa.” (Frase atribuída a Karl Marx.)

A história brasileira atual patrocinada pelo STF se repete como tragédia. Fato. O Supremo Tribunal Federal resolveu encarnar o espírito de Lucius Sergius Catilina? A resposta é simples, objetiva: SIM. Catilina tentou, mas teve em Cícero opositor à altura. Hoje, estamos a esperar que nosso Cícero dê o contragolpe, pois golpe foi dado contra os conservadores, entre os quis incluo-me. Sem dúvida vivemos declarada e escancarada ditadura do judiciário contra o único poder soberano: O Povo. Em ilógica, absurda e miasmenta (neologismo de miasma), o Supremo leva ao proscênio, com apoio da velha e carcomida mídia, o teatro dos absurdos, bem ao gosto dos caciques botocudos. Em um ato insano, e desprovido de qualquer fundamento jurídico, digo sem força de linguagem, é exatamente isso. Não há qualquer embasamento jurídico para a estúpida medida de desmonetizarão das redes sociais recentemente tomadas pelo tribunal superior eleitoral. O círculo de fogo foi aceso, só nos resta resistir. Temos ministro que precisa, com urgência, não de impeachment, mas de afastamento por razões psiquiátricas. Seu desequilíbrio mental é visível. O ódio e o fígado são a tinta de sua caneta. Em voto contra a censura, o magnifico, desfiou amontoados de argumentos a favor da liberdade de expressão. Óbvio que os alvos não eram os augustos. Foi só começarem as críticas aos componentes do excelso para o tempo fechar. Pára tudo! Vamos organizar a suruba. Querem criticar? Só do outro lado da Praça, “nananinão”, aqui mexeu com um mexeu com todos. De pouco importa opiniões anteriores contrários à potestade, esqueçam o: “se não quer ser criticado fique em casa, não se submeta a cargo público”. O tal: “cala boca já morreu”, de chofre, foi ressuscitado. Aqui não, jacaré! O modelito é à Luís XIV. A confusão entre a pessoa e a instituição foi estabelecida, desse modo os Sidartas da corte protegem-se. Vejam até onde chega a empáfia, a arrogância de um dos príncipes: “O nosso papel é empurrar a história”. (Pô! Não empurra não!) A desmoralização da corte suprema é explicitada por seus próprios componentes em brigas transmitidas pela Tv Justiça. Acusam-se de favorecimentos a determinados réus, ao vivo sem constrangimentos. Em livro, ministro afirma que, por pressão, dois de seus colegas mudaram de votos… e o baile segue normalmente. Já houve até insinuação que havia filas em certos gabinetes em busca de favores poucos, ou nada, republicanos. Um advogado, queridinho da corte, já pousou de bermudas nas dependências do Supremo, sem que tenhamos conhecimento de nenhuma reprimenda ao espetaculoso causídico. Contudo, bastou uma advogada, claramente nervosa na sustentação oral, referir-se aos demiurgos pelo pronome de tratamento: você, para sofrer uma admoestação púbica. Esse é o espectro de seus componentes. Triste espetáculo. E La Nave Và, e ficamos a assistir, da terceira classe, o grotesco, o horror. Só nos resta o asco, o asco.

Brasília, 26 de agosto de 2021

Mario Sergio da Costa Ramos

Comodoro

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EDITORIAL – O SUPEMO, O POSTE E O CACHORRO