dos homens pelo urologista por conta da pandemia
O câncer de próstata foi responsável pela morte de pelo menos 341 marilienses no período de 22 anos, entre 1996 e 2018. O número de óbitos em decorrência da doença, porém, é maior, já que essa estatística refere-se ao SUS (Sistema Único de Saúde), não contabilizando pacientes de convênios ou particulares.
Membro titular da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), o urologista Fernando Cesar Sala destaca que o câncer de próstata é o segundo em maior ocorrência entre os homens, ficando atrás apenas dos tumores de pele. O índice de cura chega a 90% quando o diagnóstico é feito de maneira precoce.
“Existe aumento da incidência conforme a hereditariedade”, explica o médico. Se o paciente tiver o pai com câncer de próstata, a chance de desenvolver a doença aumenta seis vezes. Se essa condição for aliada ao fato de a mãe ter tido câncer de mama, a chance aumenta para até 12 vezes.
O especialista vê com preocupação a diminuição da procura dos homens pelo urologista por conta da pandemia. Pesquisa realizada pela SBU mostrou que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função do surto da covid-19.
“Isso significa que poderemos ter aumento da incidência de tumores não diagnosticados. O grande problema é a ignorância. O exame de toque demora segundos, é inócuo e não vai afetar a masculinidade de ninguém”, destacou.
Dos pacientes masculinos, 33% relataram ir regularmente ao urologista e 3% afirmaram que nunca consultariam esse especialista, demonstrando que ainda existe resistência em relação aos cuidados com a saúde urogenital. Para 92% de todos os entrevistados, no entanto, a campanha Novembro Azul de conscientização sobre o câncer de próstata é útil ou importante (leia mais abaixo).
Prevenção
Os exames de prevenção são o exame de toque e o PSA (exame de sangue) para ser fechado o diagnóstico.
A Sociedade Brasileira de Urologia preconiza que o homem deve passar pelo urologista anualmente a partir dos 50 anos de idade. Caso tenha histórico familiar, deve antecipar a ida ao médico a partir dos 45 anos.
“Além da hereditariedade, o consumo alto de gorduras, fumo, sedentarismo e obesidade são fatores que aumentam o risco para câncer de próstata”, concluiu. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a estimativa de novos casos de câncer de próstata para 2020 é de 65.840, com 15.576 mortes relacionadas.
