“São tantas emoções…” Tantas mesmo. É necessário que sejam muitas. Afinal, são elas que nos movem. Na arena do cotidiano, basta uma novidade repentina e disparam as emoções que te movimentam para o jogo da vida. Quem vence o jogo é irrelevante mas como se joga faz toda a diferença.
A fórmula da vitória não está no pódio, mas como chegamos até ele. Seja qual for o jogo que te desafia, o que determina seu sucesso não são os recursos e técnicas infalíveis que você possua, mas sim em como você administra as emoções enquanto joga.
Na arte da guerra, o melhor a fazer é conhecer o inimigo para prever o que pode acontecer. Em caso de batalha pessoal, este inimigo pode estar bem perto, dentro de você, no campo minado das emoções. Se você tem perdido suas batalhas, sugiro que deixe de culpar os outros e olhe quantos tiros você já deu nos próprios pés, sabotando os próprios planos com sua precipitação, euforia, raiva, impaciência, inveja, pessimismo, insegurança e sua persistente sensação de inferioridade, que te faz ficar provando ao mundo o seu valor. No desespero, você acaba errando a dose. 
Saiba que o amor próprio te conduz ao caminho realização pessoal. Nos embates entre as perdas e ganhos, prevalece quem se ama mais. A emoção do medo é o top das frustrações. Por exemplo: já pensou o quanto você já perdeu por medo de arriscar? Por outro lado muitos perdem porque arriscam demais.
Medo é importante. Ele te prepara liberando adrenalina, entre outras coisas, para enfrentar ou afastar. Mas use a seu favor e com moderação. O sucesso sempre dependeu do bom uso das emoções. As mesmas que te colocam no pódio do sucesso também te empurram de lá.
Vivemos em um turbilhão de emoções necessárias, que nos movem todos os dias. Tristeza, raiva, alegria, medo e amor são as cinco emoções básicas, todas necessárias para nossa reação eficiente diante do que está acontecendo. Mas é preciso dominá-las. O mais comum é o inverso, quando deixamos que as emoções nos dominem acontece o estrago. O próprio significado da palavra emoção tem origem no latim – ex movere, que significa “mover para fora” ou “afastar-se”. Então, ela é a máquina que nos movimenta. Se não a gerenciarmos, torna-se como uma criança de três anos cuidando da nossa vida. Se você não educar e controlar, imagine como será o fim dessa brincadeira?
O excesso sempre corromperá a melhor das emoções. Mesmo que seja o amor, em exagero, complica relacionamentos que poderiam ser bons. São ingredientes que contêm o doce e o amargo do viver mas o erro na dose estraga a receita. A dose que regula o teor saudável das emoções, se acionadas além da medida conhecerá a ansiedade, o pânico e até a depressão. Vivemos sob pressão desde que fomos concebidos, portanto fomos criados com recursos para superá-las. Sempre ganhamos ou perdemos, essa é a grande roda que move o nosso ser em todas as áreas.
Posso afirmar: quem lida melhor com suas emoções nas situações de perdas e ganhos consegue transpor o grande jogo da vida. Como cantou Elis Regina: ” …vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”.
Carl Jung também nos ensina jogar assim: “tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me chegar, bom e mal, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos”. 
A primeira grande jogada é olhar as possibilidades e aceitar os fatos como realmente são. Estes nos dão os sinais do resultado final. Não exceda e nem ative emoção em vão. É estressante, desgastante e te adoece. Cuidado com a teimosia de ainda se emocionar com o que já se perdeu. Depois, quando assistir os melhores lances do último jogo, poderá transformar em aprendizagem que te ajudará vencer a próxima partida.
 
Edilene Nassar é psicóloga, professora, palestrante e especialista em inteligência emocional. Contatos pelo (14) 9.8149-7242 ou edilenenassar@hotmail.com
 
 

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