A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa que atinge neurônios motores no cérebro e na medula espinhal, que com o curso natural da doença perdem capacidade de funcionar e deixam de transmitir impulsos nervosos, gerando fraqueza e atrofia dos músculos, progressivamente.
Suas causas podem ser genéticas ou ainda por razões desconhecidas. Os homens são ligeiramente mais afetados, com manifestações dos primeiros sintomas por volta dos 50 anos de idade.
Os sintomas envolvem o enfraquecimento dos músculos, levando a contrações involuntárias e dificuldade crescente de mover membros superiores, inferiores e tronco. De início, o comprometimento é discreto, como a dificuldade de abotoar uma camisa, por exemplo. A marcha também sofre alterações gradativas.  O enfraquecimento atinge também músculos da faringe, laringe e língua, dificultando a fala e a deglutição. Ao afetar músculos do peito, a respiração se torna cada vez mais dificultosa.
A diminuição da capacidade ventilatória acaba por demandar uso de ventilação mecânica. A ineficácia do aparelho respiratório acaba gerando a retenção de secreções, aumentando o risco de doenças como a pneumonia, por exemplo.
 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado por profissionais médicos baseados na história clínica do paciente e exames como a eletroneuromiografia. Também é necessário excluir outras doenças que se assemelham à esclerose.
 
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
A doença tem evolução progressiva, até o momento sem cura conhecida. Uma vez que o diagnóstico está fechado, o tratamento consiste em medidas de suporte multidisciplinar. O tempo médio de sobrevida é de quatro anos.
A fisioterapia é essencial para oferecer melhor qualidade vida, uma vez que as abordagens são paliativas. A abordagem motora busca trabalhar a amplitude articular, evitar retrações musculares e prevenir casos de trombose com exercícios passivos e alongamentos, sem uso de cargas. As instruções de posicionamento do paciente no leito ou na cadeira são importantes para prevenir escaras (úlceras de pressão) e a progressão da escoliose, que contribui negativamente para a qualidade da respiração. Desta forma, a fisioterapia respiratória também é utilizada, com foco em manter a desobstrução dos pulmões, tratando o acúmulo de muco e realizando drenagens, por exemplo. Com a adoção destas medidas, é possível não apenas melhorar a qualidade, mas também contribuir para a expectativa de vida do paciente.
 
Ana Carolina de Oliveira Gigek (Crefito 146787) é fisioterapeuta
pós-graduada em Fisioterapia Hospitalar Geral Hospital Israelita Albert Einstein SP;
pós-graduada em Cardiorrespiratório pela Unimar (Universidade de Marília-SP).
Realiza atendimento clínico e home care. Especialidades: RPG; Uroginecologia; Neurologia (infantil e adulto); ATM; Distúrbios Vestibulares; Cardiorrespiratório (infantil e adulto). Telefones: (14) 3454-9003 e 99787-8266.

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