Estão abertas as inscrições para a concorrida palestra da psicóloga Karina Okajima Fukumitsu, que acontece no Teatro do Colégio Sagrado Coração de Jesus, na segunda-feira, dia 2 de setembro. O encontro abre o “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio, às 19h30. A entrada é franca.
 
Serão distribuídos 400 convites a entidades e instituições da cidade. Outras 300 vagas estão sendo oferecidas à população em geral, porém a inscrição prévia é obrigatória.
 
Para se inscrever, basta acessar o link https://bit.ly/2ZkVfbO e preencher os dados solicitados. Os interessados têm até as 17h desta quarta-feira, dia 28, ou até o sistema completar o limite das 300 vagas.
 
Psicóloga de formação, pesquisadora por inquietação, ela é filha de uma sobrevivente à tristeza crônica e desejo de morte. Conforme comenta em suas palestras e relevou recentemente em entrevista à Folha de S. Paulo, Karina cresceu vendo a mãe tentar contra a própria vida, sem entender o fenômeno. Salvou a mãe e virou “suicidologista”.
 
Pós-doutora pela USP (Universidade de São Paulo) enfrentou preconceitos e aversões até no meio onde trabalhava e tornou-se autoridade científica nacional, sendo hoje uma das principais referências brasileiras na prevenção ao suicídio.
 
Com leveza e sensibilidade, apresenta o tema “Por que se calar se o falar é tão importante: conversando sobre suicídio”. O bate papo tem atraído profissionais da saúde e leigos, que tentam entender os mecanismos do suicídio e como desativar a bomba relógio humana.
 
SENTINDO NA PELE
 
Autora de A vida não é do jeito que a gente quer (2016); Suicídio e Luto: histórias de filhos sobreviventes (2013), Karina fala dos sinais de alerta, da existência de múltiplos fatores de risco, da incompreensão à pessoa com ideias suicida e o quanto a sociedade precisa avançar, para que vidas sejam salvas. 
 
A psicóloga defende uma reconexão do indivíduo à sua realidade que, por vezes, é frustrante em algum aspecto.
 
ENGAJAMENTO
 
A iniciativa de trazer a palestra é do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, sob a liderança da psicóloga Simone Alves Cotrin Moreira e apoio do secretário Ricardo Mustafá. A pasta é responsável pelas políticas públicas e administra parte dos serviços de assistência à pessoa em sofrimento psíquico, na cidade.
 
O objetivo é empoderar profissionais e também pessoas da comunidade para a prevenção, que começa dentro de casa e nos ambientes de convívio social. “Nossa gratidão ao secretário Ricardo Mustafá e ao prefeito Daniel que estão encarando esse tema com a seriedade necessária. Será uma grande oportunidade de aprender”, declarou Simone.
 
A psicóloga lembra que a Secretaria da Saúde tem defendido mais diálogo, mais participação, mais comprometimento. “Esse problema não é do Poder Público, tampouco uma questão de Marília. A valorização da vida é um desafio para toda a sociedade”, disse.
 
A psicóloga agradeceu ainda à direção do Colégio Sagrado Coração de Jesus, pela parceira a acolhimento do evento. O local dispõe de 690 lugares, que devem estar lotados no próximo dia 2.
 
PARCERIAS
 
O “Setembro Amarelo” é realizado em Marília por várias organizações, entidades, instituições, apoio de empresas e da sociedade em geral. Durante o mês serão diversos eventos, tendo a valorização da vida como tema. A Secretaria Municipal da Saúde participa da articulação e incentiva as ações.
 
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO
 
Marília conta com vários serviços de Saúde Mental e apoio à vida, como o Caps Com-Viver (atendimento adulto, exceto casos de drogas), Caps-i (Infantil) Catavento, Caps AD (Álcool e outras drogas), entre outros. A rede básica de saúde também realiza programas para fortalecer vínculos de convivência e valorização da vida.
 
A organização CVV–Centro de Valorização da Vida – está disponível para atendimento telefônico (dique 188) para pessoas que desejam conversar, com total sigilo e respeito, sem serem julgadas e nem identificadas.
 
Em caso de emergência, a rede também conta com serviços como o Samu (192), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na zona norte e o PA (Pronto Atendimento) da zona sul. Casos devidamente classificados por um médico também podem ser encaminhados aos hospitais da cidade.
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