O Ministério da Agricultura liberou nesta segunda-feira (10) o registro de mais 6 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. Já são 241 registros anunciados neste ano.
Do total, 5 princípios ativos são genéricos de produtos já autorizados no Brasil. O outro é uma substância inédita, o herbicida Piroxasulfona, que tem registro autorizado nos Estados Unidos. Na União Europeia, nenhuma empresa pediu ainda a liberação deste pesticida.
Entre as substâncias genéricas liberadas está o inseticida Dinotefuran, considerado “extremamente tóxico” para uso industrial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Porém, nos produtos liberados para uso do agricultores até agora, a classificação toxicológica é mais baixa, sendo considerado como “improvável de causar dano agudo”.
Há ainda a liberação para o inseticida Acefato, um dos mais vendidos no Brasil e que foi banido da União Europeia por estar associado à perda de fertilidade masculina. Além disso, a UE argumentou que seu resíduo pode causar morte de aves e espécies marinhas, como anfíbios e peixes.
Registros no ano
Ao todo, são 241 registros de novos agrotóxicos em 2020, segundo publicações no Diário Oficial da União, que é por onde o G1 se baseia.
Desde 2005, quando o governo começou a compilar os dados de registro de pesticidas, 2020 perde apenas para 2018 e 2019 – ano em que o país teve liberação recorde de agrotóxicos.
Até agora, são 4 princípios ativos inéditos no ano: todos pesticidas biológicos.
Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.
Os outros 237 registros são de genéricos, sendo: 103 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores; 41 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores; 93 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.