Caracterizada pela sudorese excessiva, a hiperidrose pode atingir regiões como mãos, pés, axilas, virilha e costas. A condição tem causas desconhecidas, pode estar associada a situações de estresse e de ansiedade, mas também pode acometer o indivíduo mesmo quando em baixas temperaturas ou até mesmo em repouso.
“A origem da condição tem sido estudada e parece ter conexão com fatores genéticos e emocionais. Mas na hiperidrose a atividade excessiva das glândulas sudoríparas é imprevisível, podendo provocar incômodo físico, emocional e social”, pontua o médico Ademir Viana.
Para minimizar os desconfortos do paciente, um tratamento à base de toxina botulínica tem sido utilizado, proporcionando resultados não permanentes, porém pouco invasivos, seguros e com alto grau de satisfação do paciente.
 
PROCEDIMENTO
Para identificar as áreas mais afetadas pela hiperidrose, o médico realiza o Teste de Minor. “É um teste de iodo-amido que visa determinar a intensidade da hiperidrose e os locais mais afetados. Durante o teste é aplicada uma gaze embebida em iodopovidona 10% sobre a superfície das regiões afetadas. Depois polvilhamos uma camada de amido de milho. As áreas comprometidas apresentam diferentes intensidades de reação. As áreas afetadas mostram coloração violeta, determinando as regiões mais críticas”, explica o médico.
Nesses pontos, realizam-se então as injeções intradérmicas de toxina botulínica. O procedimento é feito com o auxílio de cremes anestésicos para minimizar o desconforto. “O efeito dessa toxina é de inibição da produção e liberação da acetilcolina, substância naturalmente presente no corpo que regula as glândulas produtoras do suor”, completa.
Os efeitos são observados por volta do terceiro dia após as aplicações com efeitos que podem durar de quatro a sete meses.
Os efeitos colaterais e complicações são temporários e pouco frequentes.“O que se observa, em alguns casos, é o aparecimento da sudorese compensatória em outro local. Quando o paciente trata as axilas, por exemplo, pode começar a suar mais na região das costas, por exemplo. Mas isso é raramente observado e, quando presente, tende a desaparecer após o término do efeito do tratamento”, pontua.
 
POTENCIALIZAÇÃO DO RESULTADO
Estudos comprovam que a toxina botulínica tem melhor eficácia quando associada às moléculas de zinco. Portanto, se o indivíduo possui quantidades inadequadas de zinco no organismo, a toxina poderá ter seu efeito reduzido. “O zinco está naturalmente presente em alimentos como carne de boi, porco e frango, ovos, cereais integrais e leguminosas, como o feijão. Contudo nem sempre há a biodisponibilidade ideal do mineral e pode haver ainda dificuldades individuais na absorção”, destaca o médico.
Portanto, para que o efeito seja o melhor possível é interessante conversar com o médico sobre a suplementação de zinco. A correta posologia deve ser indicada pelo profissional responsável”, completa Viana.

 

SAIBA MAIS
Ademir Viana (CRM 191.593) é médico formado pela Unimar. É residente em Anestesiologia na Santa Casa de Misericórdia de Marília e pós-graduando em Dermatologia Estética pelo ISMD – Instituto Superior de Medicina. Atende na Clínica Roberta Franklin, que fica na Avenida Cristo Rei, 05.
 

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