O primeiro tesoureiro da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Marília, Gilberto Joaquim Zochio, assustou-se ao verificar no levantamento mensal das informações do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Acim, os R$ 17.587.995,11 de dívida acumulada nos últimos cinco anos no comércio de Marília, que corresponde a 2,72% a mais do que foi registrado no mês passado, sendo o maior valor atingido, desde que a inadimplência acumulada vem sendo registrada em Marília. “Uma preocupação muito grande, pois, nos quatro meses deste ano os valores só cresceram de um mês para o outro”, disse o dirigente da associação comercial em tom de preocupação. “É preciso tentar recuperar parte desse dinheiro, que certamente está fazendo falta para os lojistas”, comentou o tesoureiro da diretoria da associação comercial.
O valor registrado no mês de abril deste ano é maior do que o recorde registrado no ano passado, em outubro, quando foi registrado o valor de R$ 17.131.474,51, até então o mais elevado entre os meses registrados. “É quase meio milhão de diferença”, calculou Gilberto Joaquim Zochio que teve em 2017 o recorde de: R$ 16.072.458,09 registrado no mês de dezembro daquele ano. “É muito dinheiro parado que deixa de circular entre as lojas por diversas formas”, lamentou o dirigente da associação comercial. “Esse dinheiro poderia ser usado para investir na loja, no pessoal, nas mercadorias ou em qualquer outro setor que beneficiaria sempre o consumidor”, disse o empresário no ramo de materiais de construção.
O ano começou com uma dívida acumulada nos últimos cinco anos de R$ 16.866.337,36, estando o mês de fevereiro 0,05% a mais, e o mês de março 1,48% a mais que o mês anterior. “Dos 22.971 devedores cadastrados, representa uma média de R$ 766,00 por dívida o que é considerado elevado para os padrões da cidade de Marília”, comparou Gilberto Joaquim Zochio, ao afirmar que esse valor médio pode criar sérios problemas numa microempresa. “Se existirem muitas dívidas na empresa, certamente ela estará com dificuldades financeiras”, frisou ao verificar que das 40.230 dívidas registradas o valor médio de cada uma delas cai para R$ 437,00 cada, o que também é considerado elevado. “Isso com certeza prejudica na compra de mercadorias, que passa a ser menor, por exemplo”, explicou o dirigente mariliense.
Na opinião do presidente da associação comercial de Marília, Adriano Luiz Martins, é preciso que o comerciante crie uma forma de atrair o devedor, propondo acordos flexíveis para a dívida não ficar maior. “Quando alguém compra algo e não paga, o comerciante já pagou pelo produto, já pagou os impostos, as taxas relacionadas e as comissões combinadas”, enumerou. “E no final ficou sem o dinheiro, sem o produto e pagou por isso”, reforçou Adriano Luiz Martins que aconselha qualquer comerciante que esteja com a inadimplência elevada, que procure fazer qualquer acordo com o devedor para que a dívida não seja maior e prejudique a gestão da empresa. “É negócio um acerto seja ele qual for, pois, dinheiro parado só favorece o crescimento das dificuldades em administrar a empresa”, falou com experiência em gestão.