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O empresário e médico Bruno Santos Leal Campos, sócio da Gastro Med, do Instituto Vita de Medicina Integrada e ligado à empresa Big Data Health, foi um dos presos pela Polícia Federal durante a Operação OMNI, deflagrada nesta terça-feira (30), que mirou desarticular esquemas milionários de fraudes em contratos da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi). Os mandados são de prisão temporária e visam investigar contratos suspeitos de superfaturamento e favorecimento a empresas ligadas a agentes envolvidos no esquema.
As investigações apontam que ele está envolvido na gestão de contratos públicos irregulares, nos quais recursos públicos foram desviados e repassados para empresas ligadas aos próprios investigados, mantendo um ciclo de fraude por meio de superfaturamento e manipulação de licitações.
O médico também é vice-presidente do LIDE Piauí – Grupo de Líderes Empresariais, e atua no departamento médico do Atlético Piauiense. Possui graduação em Medicina pela Faculdade Integral Diferencial (2015), especialização em Atenção Básica em Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA, 2016) e residência médica em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (2016-2019).
Ele também é membro de diversas sociedades médicas, como Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE), Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS), Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ), Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH) e Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (ABRAMPAS), e concluiu MBA em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre 2019 e 2021.
Como funcionava o esquema
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU/PI) revelaram que os alvos das operações utilizavam empresas de fachada, conhecidas como “laranjas”, para dar aparência de legalidade aos contratos com a Sesapi e a Fundação Municipal de Saúde (FMS). O esquema permitia o repasse de dinheiro público para pessoas físicas e organizações, criando uma rede de proteção que dificultava a identificação da verdadeira destinação dos recursos.
As investigações indicam que os investigados mantinham prática de reiteração criminosa, repetindo os esquemas em contratos já em andamento. Na prática, utilizavam a máquina pública para firmar contratos milionários, desviavam recursos por meio de superfaturamento e repassavam os valores para empresas ligadas a eles, envolvendo contratos de gestão hospitalar, fornecimento de softwares e serviços de saúde, movimentando milhões de reais.
Operação OMNI
A ação teve como objetivo desarticular esquemas milionários de fraudes em contratos da saúde e contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU/PI) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE/PI). A operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do país, incluindo Teresina, Timon (MA), Araguaína (TO), Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
Além das buscas, a 3ª Vara Federal determinou a suspensão de contratos da Sesapi e o afastamento de um servidor público suspeito de participação no esquema. As investigações apontam que houve conluio e direcionamento em chamamento público para a contratação de uma Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela administração de hospitais estaduais.
De acordo com a Polícia Federal, as apurações identificaram irregularidades na gestão do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, além de contratos voltados ao fornecimento de softwares de gestão em saúde. Há indícios de que empresas envolvidas recebiam vantagens indevidas por meio do esquema, que movimentou valores expressivos. Entre os crimes investigados estão superfaturamento, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e conflito de interesses em contratos públicos.
As suspeitas tiveram início a partir de denúncias encaminhadas à CGU e ao Ministério Público Federal sobre favorecimentos em processos de contratação ligados à Sesapi. Os levantamentos indicaram que as empresas beneficiadas utilizavam mecanismos para driblar a legalidade e assegurar a manutenção de contratos milionários.
Fonte: GP1
Fonte: Diário Do Brasil