Com a chegada dos períodos mais quentes e úmidos do ano, é muito importante redobrar a atenção com pulgas, carrapatos e mosquitos, vetores transmissores de doenças e que se proliferam mais rapidamente nessa época do ano.
No inverno, parasitas podem levar até 140 dias para atingir a fase adulta. Já no calor, esse número reduz para 10 dias. “Isso é bastante percebido no consultório, pois com o aumento das temperaturas, temos também o crescimento de animais de estimação com pulgas e carrapatos. É interessante saber que uma única fêmea de carrapato pode colocar até 5 mil ovos no ambiente. Ou seja, quando você os encontra, a situação pode estar muito mais grave do que parece ”, explica a médica veterinária Renata Borghetti Bedore, da clínica Planeta Animal.
 
PULGAS E CARRAPATOS
“Quando dedetizamos o espaço, caso a carrapato fêmea esteja pronta para realizar a ovipostura, ela morre, mas ainda assim realizará a desova, deixando os ‘filhotes’ no ambiente. Os venenos que pulverizamos não matam os ovos, apenas os adultos. E o mesmo ocorre com as pulgas. Elas podem ficar longos períodos sem se alimentar, mas, ao perceber a presença de vida no ambiente, aquelas que estão em pupa ou ovo, nascem naquele momento”, completa.
A veterinária explica ainda que as pulgas tem o hábito de permanecer no chão, se alojando em frestas do piso e tapetes. Já os carrapatos ficam no alto, escondidos, atrás de móveis, estrado de cama, embaixo de máquina de lavar, atrás de quadros na parede. “São lugares seguros para que possam se proliferar. Por isso é importante que, a depender da infestação, a dedetização seja feita de forma diferente, com especial atenção para estes locais”, pontua a especialista.

Entre as doenças mais comuns transmitidas pelo carrapato estão a erliquiose (que destrói os glóbulos brancos) e a babesiose (que afeta os glóbulos vermelhos). A pulga transmite o verme dipylidium, causador da dipilidiose, que pode ser transmitida também aos humanos – especialmente quando ocorre a ingestão acidental da pulga por indivíduos que dormem com os pets na cama. Também pode desencadear a micoplasmose felina, doença que afeta as hemácias e pode levar a quadros de anemia. E ambos – cães e gatos – podem desenvolver quadros de anemia quando a infestação ocorrer de forma intensa.
Pode haver ainda a chamada DAPP (Dermatite Alérgica à Picada de Pulga). “Muitas vezes, basta uma pulga para desencadear todas as reações. O animal sente muita coceira e, ao se coçar, pode desencadear falhas na pelagem e lesões na pele que podem até mesmo evoluir para inflamação, se tornando uma porta de entrada para infecções”, explica Renata.
 
MOSQUITOS
Outro inimigo de cães e gatos que surge com mais frequência em períodos mais quentes é o mosquito palha, transmissor da temida leishmaniose. “Não podemos deixar de ressaltar essa doença, que tem seus casos aumentados nos últimos tempos em Marília”, destaca a veterinária. O mosquito se propaga em matéria orgânica em decomposição. “Por isso devemos ter atenção com canteiros de flores, folhas e frutas caídas no quintal, assim como fezes de animais ou outros tipos de matéria orgânica nas quais o mosquito irá se reproduzir com mais velocidade”.
 
PREVENÇÃO
Uma das principais formas de prevenção é manter a higiene da casa. No caso do mosquito, atenção redobrada no quintal. Já para evitar a proliferação de pulgas e carrapatos, tenha cuidado com as frestas do piso e, se possível, use sempre o aspirador. É importante realizar a limpeza frequente de sofás, tapetes e almofadas, além da troca da roupa de cama e cobertores ao menos uma vez por semana. A caminha e outros acessórios usados pelos animais também devem ser lavados.
Outro ponto de atenção são os passeios, pois é bastante comum que os parasitas sejam contraídos em vias públicas. Dessa forma, após sair com o seu cãozinho ou gatinho, deve-se verificar a pelagem, barriga, orelhas e patas. A tosa baixa também é recomendada para que seja mais fácil investigar a presença de pulgas e carrapatos, além dos banhos frequentes, que podem auxiliar na redução e prevenção de parasitas.
A pulverização é eficiente para muitos casos, mas é preciso salientar o seu potencial tóxico.

Os animais são mais sensíveis por serem menores e estarem mais próximos do chão, tendo maior contato com os venenos. É necessário deixar o animal fora de casa pelo período de ao menos oito horas. Muitos proprietários deixam os animais fora apenas por duas horas e, com isso, recebemos muitos casos de intoxicação”, salienta.
Entre as soluções mais atuais estão os produtos pour-on (aplicados diretamente na pele do animal) e também comprimidos de longa duração, capazes de prevenir infestações por até três meses. “É preciso lembrar também de vermifugar os animais, pois os ectoparasitas são grandes transmissores de verminoses, que podem afetar gravemente a saúde de cães e gatos”.
 
SAIBA MAIS
A médica veterinária Renata Borghetti Bedore (CRMV 10.070) atende na Clínica Veterinária Planeta Animal, na Rua Sorocaba, 91. Entre em contato pelos telefones (14) 3433-5656 ou (14) 3432-5018.

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