Lideranças de Marília e região reuniram-se na última sexta-feira (29) em Marília para tratarem sobre a retormada do tráfego ferroviário. Na antevépera, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, com algumas ressalvas, a renovação antecipada da concessão da Malha Paulista à Rumo até 2.058.
Realizada no espaço de Coworking do Centro Universitário Eurípides de Marília (Univem), o encontro reuniu autoridades demais representantes de órgãos públicos, empresários e demais convidados. A iniciativa da renião foi dos deputados Reginaldo Alguz (estadual) e Enrico Misasi (federal), ambos do Partido Verde (PV).
Os deputados Reginaldo Alguz (estadual) e Enrico Misasi (federal)
Durante cerca de uma hora, ambos explicaram sobre o processo de retormada do tráfego ferroviário da região, inciado há poucos anos através de uma mobilização política e social sobre o assunto, as condições atuais da renovação da concessão e ainda a respeito dos benefícios à classe produtiva nos próximos anos.
“Foi uma reunião muito importante, principalmente pela condição da cidade de Marília, que cresceu em torno da ferrovia que, por sua vez, passou a ser um problema na cidade. As trocas de ideia são importantes para encontrar soluções para a mobilidade urbana. Tem que se preocupar mas fazer com que a ferrovia aconteça”, afirmou Alguz.
Por sua vez, Misasi destacou que a reativação da Malha Paulista é o primeiro passo para que outras concessões também possam ser antecipadas. “Foi uma decisão paradigmática para os próximos casos. Foi um grande sinal que o TCU deu para o Brasil de que novas prorrograções podem vir, de fato, nos mesmos moldes”.
Ferrovia em área urbana de Marília: reativação proporciona oferta de nova opção de transporte para produtos da região
AGRONEGÓCIO
Após a introdução conduzida pelos deputados, representantes de vários segmentos tiveram a oportunidade de analisar a retomada da ferrovia na reunião. Presente ao evento, o diretor da Revista D Marília, Marcos Flaitt, explanou sobre como a economia internacional incide na reativação das ferrovias, sobretudo pelo avanço do agronegócio.
Representante do Poder Legislativo, o vice-presidente da Câmara Municipal de Marília, Cícero da Silva (PV), afirmou que o momento é de integração das forças políticas da região. “A gente espera que os municípios possam participar desta nova etapa do retorno do trem de carga que será importamente para melhor escoamento da produção agrícola”, disse.
INDÚSTRIA
Um dos principais industrais de Marília na atualidade, o empresário José Geraldo Garla, da Marilan, falou que, tão logo seja reativada, a ferrovia será opção imediata para transporte de insumos e produtos. “É a tendência. Não podemos ter um tipo só de transporte”, disse. “No passado, nós recebíamos toda matéria-prima pela ferrovia”, recordou.
“Os trens da antiga Companhia Paulista levavam produtos da linha da fome para outros mercados. O cenário mudou muito hoje do ponto de vista industrial. Se a ferrovia já era importante na década de 1960, imagine agora”, afirmou o diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Alta Paulista, de Marília.