Com o objetivo de instruir e alertar como se relacionar com a violência doméstica, os rotarianos que fazem parte do Rotary Club de Marília-Pioneiro, no Distrito 4510 do Rotary International, promoveram em uma das reuniões semanais nas dependências do Quality Hotel Sun Valley, uma exposição com a empreendedora social, Rossana Camacho, que durante 40 minutos falou sobre os caminhos para enfrentar e superar a violência doméstica. “Os noticiários diários sempre estão mostrando agressões e cenas violentas contra as mulheres”, disse a presidente do clube rotário mariliense, a médica veterinária, Monaliza Andréa Salemme Marega, ao programar a exposição numa reunião ordinária. “É preciso discutir constantemente a questão, afinal, somente a informação poderá protege-las numa situação de risco”, comentou a dirigente rotária local que considerou válido e oportuno o encontro realizado.
 
Rossana Camacho, por ter sido delegada de polícia por mais de 25 anos, e ser pioneira com a instalação da 14ª Delegacia da Mulher no Estado de São Paulo, na cidade de Marília, tem experiência e conhecimento para falar sobre o tema, e mostrar todo o processo que a mulher passa ao ser agredida em ambiente familiar. “A Lei Maria da Penha mostra o caminho a ser percorrido, porém, a sociedade precisa fazer a parte que lhe cabe e os órgãos públicos serem mais específicos no cumprimento da lei”, defendeu a ex delegada de polícia ao tecer severas críticas sobre o sistema policial em detrimento ao atendimento a mulher que é vítima da violência doméstica. “Marília vive um retrocesso muito grande, e conquistas importantes na área foram perdidas”, falou ao mencionar sobre a desativação do Conselho Municipal e da Coordenadoria da Mulher, da própria delegacia voltada a mulher e demais estruturas que existiam para o acolhimento e atendimento em casos específicos.
 
A convidada dos rotarianos teve a oportunidade de falar sobre as diversas formas de violência que a mulher pode ser vítima, como a violência: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. “A violência contra as mulheres, em geral, acontece em ciclos que repetem e é preciso compreender este mecanismo para poder atuar no rompimento deste comportamento”, disse ao citar situações que viveu durante muito tempo dentro da Segurança Pública do Estado de São Paulo. “O Disque Denúncia, pelo número: 180, com a Central de Atendimento a Mulher, é uma importante ferramenta para todos”, explicou a especialista ao dizer que qualquer pessoa pode ajudar uma mulher vulnerável. “A mulher com conhecimento, pode se preparar de maneira adequada, ao detectar os primeiros sintomas de um relacionamento ruim”, falou ao citar vários comportamentos que as mulheres devem seguir neste sentido.
 
Para Monaliza Andréa Salemme Marega é preciso que haja ações efetivas para que as políticas públicas para as mulheres sejam respeitas e que haja de fato, a proteção real para a mulheres em geral. “O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Marília seria um órgão local fundamental neste processo que deveria ser reativado, como antigamente”, defendeu a presidente do clube rotário mariliense ao fazer o alerta para os advogados, juízes, promotores públicos, prefeito, vereadores e demais autoridades públicas. “A retomada de forma adequada da Delegacia da Mulher em Marília já seria um importante passo em direção das políticas públicas para as mulheres de Marília e região”, defendeu a dirigente rotária ao estimular o debate sobre o assunto. 
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