Muita gente está de folga no período de festas, mas continua necessitando de serviços como em qualquer período do ano. E é por esse motivo que o trabalho não para entre um conjunto de profissionais – médicos, enfermeiros, bombeiros, porteiros, frentistas, vigilantes e tantas outras categorias.
Há quase 11 anos na função, o porteiro Silvio Luiz Ribeiro da Silva já perdeu a conta dos dias em que teve de trabalhar em datas festivas.
“Todo trabalho feito com carinho e amor é gratificante. Encaro o trabalho nos feriados com extrema naturalidade porque faz parte do ofício, então não tem esse peso”, diz Silvio, que trabalha como porteiro em um prédio na rua Bandeirantes.
A escala dele neste ano é de trabalho no dia de Natal (25), das 6h30 às 18h30. Na véspera de Natal e no dia 1º de janeiro ele estará de folga. Em 31 de dezembro, Silvio trabalhará das 6h30 às 18h30.
“A gente se acostuma. Quando comecei a trabalhar como porteiro, meu turno era das 19h às 7h, então era um pouco mais desgastante. Mas já fez 9 anos que agora trabalho de dia”, diz.
Ele conta que os feriados são geralmente dias mais tranquilos de trabalho. “Muitos moradores viajam, mas também essa queda no movimento de gente não chega a dar tédio”, conclui.

Bombeiro
Tenente do Corpo de Bombeiros de Marília, Dante Dias Vivan estará na virada do ano cumprindo um plantão de 24 horas, com início no dia 31 às 7h30 e encerramento às 7h30 do dia 1º.
Há cinco anos na corporação, Dante está mais do que adaptado ao trabalho nos feriados. “Faz parte da profissão, quando escolhemos já sabemos que teremos que abrir mão de algo. A família entende e trabalhamos com prazer, faz parte da rotina.”
O tenente destaca que as ocorrências mais comuns em período de festas são os acidentes de trânsito por conta do exagero na bebida alcoólica e os afogamentos – normalmente envolvendo crianças.
“A gente orienta para ninguém conduzir veículo se tiver bebido e que os adultos cuidem das crianças, fiquem vigilantes em áreas de piscina, churrasqueira, fogão, o tempo todo, pode ser feito um revezamento”, alertou.

Saúde
Já faz parte da rotina do enfermeiro Milton Dias, há 13 anos, trabalhar no período de festas. Dividindo-se entre dois empregos, o profissional terá uma jornada puxada no final deste ano e início de 2021.
No Hospital das Clínicas, Milton trabalha na triagem do pronto-socorro. Na Santa Casa, ele trabalha na triagem e também na assistência do setor de urgência e emergência.
No dia 24, ele está escalado para trabalhar das 7h às 13h no HC. À tarde descansa e às 18h30 entra na Santa Casa, onde permanece por 12 horas, até 6h30. No dia 25, volta pro HC e fica das 7h às 13h.
No Réveillon, ele entra às 18h30 do dia 31 na Santa Casa e só sai às 6h30 do dia 1º. Daí já emenda com o HC, onde entra às 7h do dia 1º e só sai às 13h.
“Eu não ligo, já me acostumei. Nesses dias de festas vou almoçar com a família após sair do serviço e dormir à tarde, senão não aguento o plantão”, diz.
Milton comenta que a rotina de trabalho é um pouco diferente no período de festas. “Aumentam as ocorrências de acidentes de trânsito, brigas entre familiares e até as tentativas de suicídio, principalmente no Réveillon”, lista.

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