O rádio sempre teve esta magia de estar perto de nós, de ser o meio de comunicação mais presente em nossas vidas e, ainda hoje, conta com muita audiência.
Uma das magias do rádio é ouvir a voz do locutor com o qual acabamos nos identificando, diariamente, justamente porque ele é o porta-voz das notícias, das boas e das más notícias. É ele quem anuncia as nossas músicas preferidas, é ele quem abre o dia informando o santo do dia, os fatos históricos que marcaram a data de hoje, é ele que com voz embargada anuncia também os óbitos e deseja as condolências aos familiares enlutados.
Quem é o locutor? Como será fisicamente esta pessoa que todos os dias entra na minha casa? Será alto, baixo, é mais novo ou mais idoso do que eu…? Sei lá, eu acho que pela voz ele é seja parecido com aquele artista da televisão.
Cada locutor tem seu séquito de fãs, cada um tem seu espaço no horário da programação e também tem espaço na pia de lavar louças, a audiência garantida das donas de casa e das secretarias do lar, dos porteiros e caminhoneiros, ou como acontecia antigamente, do rádio ficar na estronca da parede de tábuas, de frente para a porta da sala por onde entravam as visitas e de lá reinava absoluto.
Missa de domingo era pelo rádio. Rádio Aparecida, transmitida direto da basílica nacional. E se a criança não consegue dormir é só pingar Auris-Sedina; futebol era na Bandeirantes, biotônico era Fontoura e pílulas eram De-Lussen.
O mundo chegava até nós pelas ondas do rádio. O futebol, paixão nacional absoluta, reunia torcedores em volta do rádio nos bares de ponta de vilas, e entre um gole de cachaça e o copo de cerveja o “parmera” e o “corintia” faziam explodir o grito de gol das gargantas… Desce mais uma pra comemorar e fala baixo meu, eu quero ouvir o rádio!
Aqui em Marília, funerária era São Vicente que, no momento da dor, sempre está ao seu lado. Do Café Profheta, este sim tem sabor. Amigo agricultor, sua horta merece os produtos da Casa de Sementes do Compadre Arnaldo, ali, no Mercadão Municipal, Quinze de Novembro, esquina com a Nove de Julho; e não esqueça, Bar e Mercearia Marrocos, do amigo Cabral, pingado e pão na chapa, ponto de encontro dos amigos.
Você, sempre bem informado com o patrocínio da Marilan, aquela do biscoito da lata. E hoje é dia de fazer aquela fé na loteria federal. Não esqueça de conferir o seu jogo, um informativo da Loterias Predileta, do amigo Leandro Presumido.
Já é Natal e a Casa Econômica informa que recebeu uma variedade de brinquedos que certamente vai agradar suas crianças. Este é o informativo da Rádio Clube de Marília, Ondas Tropicais, a primeira emissora da cidade. E a Cia de Automóveis Francisco Freire informa que recebeu a nova frota do carro mais vendido no Brasil: Volkswagem. Nova frota para taxistas. Chegou o Zé do Caixão, o carro que atende as suas necessidades e dá maior conforto para seus clientes, Freire Veículos, do amigo Francisco Freire.
Estas e outras são mensagens que circularam diariamente pelas ondas do rádio aqui em Marília.
Mas quem é o locutor? Como ele é? Ah…como eu gostaria de conhecê-lo de perto! O locutor é Wilson Matos foi alvo de justa homenagem em publicação do livro ” O Rádio e suas histórias na primeira pessoa”, autoria de Luiz Casadei Manechini. O evento aconteceu na Biblioteca Municipal de Marília. Parabéns, Dr. Wilson Matos.
 
Ivan Evangelista Jr é membro da Comissão de Registros Históricos de Marília e coordenador de Cursos Superiores de Tecnologia do IST/Univem.

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