Dra. Roberta Zaffari Townsend é médica Dermatologista Graduada com Láurea Acadêmica. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Também membro da Sociedade Americana de Dermatologia

Apesar de popular, o termo laser não é exatamente uma palavra. Na verdade, é a junção das siglas derivadas da expressão em inglês Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation. Na prática, isso significa o uso da radiação eletromagnética – através de um dispositivo – para diversos fins. Esse tipo de radiação tem a capacidade de promover algumas modificações em aspectos externos da pele e também em profundidade, o que faz com que essa tecnologia seja usada com diferentes finalidades dentro da dermatologia. Por isso o laser é um dos mais conhecidos tratamentos dermatológicos.
“O laser é um procedimento ‘rápido’, que apresenta benefícios perceptíveis em um período de tempo relativamente menor quando comparado a outros tipos de procedimentos. Essa é uma das características que faz com que os pacientes gostem desse tipo de técnica”, diz doutora Roberta Zaffari Townsend. A especialista ainda afirma que apesar dos resultados relativamente rápidos, os ganhos vão se intensificando com o passar do tempo, a partir da recuperação do dano cutâneo causado pelo aparelho.

Principais tipos
Na categoria de laser fracionado, encontram-se o Erbium e o de CO². Ambos pertencem a esse grupo por desempenharem suas funções através da elevação da temperatura da água presente na pele, o que estimula a produção de colágeno e renovação celular. A partir disso, podem ser mais ablativos ou não. “Esse termo é bem comum, e indica se determinado tipo de laser causa mais ou menos impactos momentâneos, como descamação ou vermelhidão, além de ter uma tendência a ser mais dolorido.” A médica afirma que para tratamentos mais complexos, muitas vezes é necessário se utilizar de técnicas mais potentes. “O laser precisa ser agressivo o suficiente para promover um estímulo cutâneo intenso e gerar resultados maiores devido ao nível de danos da pele”.
Também entre os mais comuns se tem o Nd-Yag. “Ele ajuda com poros dilatados e vasos.” Outro laser citado pela especialista é o diodo, comumente usado para depilação definitiva.

Usos mais comuns
O uso dos lasers está muito relacionado ao tratamento de manchas. Além da associação quase imediata com depilação definitiva e remoção de tatuagens. Mas as suas funções não param por aí. “Varizes ou vasinhos no geral podem ser tratados com laser. A técnica também pode ser associada a tratamentos que buscam melhorar o aspecto da pele tanto do rosto – se tratando de produção de colágeno ou renovação celular – quanto do corpo, como no caso de celulite e flacidez. Além disso, tem um bom resultado no tratamento de cicatrizes, como estrias. E é um grande aliado da dermatologia íntima e em alguns tratamentos capilares.”
De acordo com a médica, um plano de tratamento ou a junção de algumas tecnologias é sempre a melhor opção. “Cada aparelho ou produto tem o seu ‘ponto forte’, uma função que acaba desempenhando de uma maneira mais certeira. Isso não quer dizer que seja superior a qualquer aparelho ou substância, mas que apresentam propósitos diferentes ou complementares”, diz doutora Roberta.
Outro ponto, é que o uso dessa tecnologia costuma estar mais associada a determinada época do ano, no caso, o inverno. “Digamos que é mais seguro e confortável para o paciente fazer uso de laser durante o inverno. É uma época do ano com menor incidência solar e as chances de algum efeito indesejável, como uma mancha por conta de exposição solar indevida, é menor”. Além disso, a dermatologista lembra que pessoas de fototipo mais escuro, ao usar esse tipo de técnica, requerem uma atenção maior. “Por isso a importância de procurar por um profissional qualificado que terá um cuidado maior com relação a aplicação e indicação do laser certo.”

Outras ferramentas
Tanto a radiofrequência quanto a luz pulsada não entram para a categoria de laser, mas também são tratamentos comuns em consultório e que são realizados por um tipo de ferramenta que desempenha suas funções na pele a partir da emissão de luz ou corrente. A radiofrequência é um procedimento menos invasivo ou ablativo que diversos lasers, e tem indicação para um tratamento inicial em peles ainda sem muitos danos. Já a luz pulsada pode ser usada para clareamento de manchas e também como outro método de depilação definitiva. “São técnicas e objetivos diferentes, a escolha vai depender da condição cutânea. Se a pele requer uma intervenção mais intensa ou se o propósito do uso dessa tecnologia com um viés de manutenção das condições dessa epiderme.”

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Tecnologia a laser: o que é preciso saber