Voltemos ao tempo que éramos crianças e procuremos recordar as afirmações mais frequentes que ouvíamos dos nossos pais, parentes, amigos…
Alguns de nós ouvimos muito: “esse menino é parecido com fulano”, teimoso, gosta de confusão, sempre arruma “barraco”, não gosta de estudar, só enrola, não quer saber de nada, sempre chega atrasado…
E assim, de tanto ouvir tais “mandatos”, até inconscientemente, passamos a desenvolver comportamentos que correspondessem aos anseios dos mais velhos, pais, professores, gerando e formulando nossas crenças, tais como: “eu não tenho jeito”, “eu sou encrenqueiro”, “ninguém gosta de mim”, “faço tudo errado…”
Muitos de nós também ouvimos: “esse menino saiu o pai”, inteligente, dedicado, comportado, conciliador, é um dos melhores alunos da classe, muito atuante, determinado, sempre resolve as situações…
De forma análoga, para atender aos anseios dos mais velhos, pais, professores, fomos gerando e formulando nossas crenças, tais como: “eu sou bom aluno”, “eu sou boa pessoa”, “eu faço o que me proponho…”
Dessa forma, dentre outras possibilidades, fomos criando crenças – pensamentos que regem a nossa vida e referem-se ao que acreditamos ser verdadeiro.
Por exemplo, quando penso que não consigo aprender a manusear o computador e acredito realmente ser verdade, digo para mim que não sou capaz de fazer e, portanto, não preciso fazer nada para aprender. Assim, até que eu recrie nova crença, o pensamento é concretizado, tornando realidade a referida crença.
Por outro lado, por exemplo, quando penso que sou capaz de superar dificuldades, e deparo com tal situação, dedico-me totalmente, faço e refaço, tantas vezes quantas forem necessárias, até conseguir o almejado. Fortaleço, assim, a minha crença de que sou capaz, aceito e resolvo os desafios.
Podemos dizer que nos alicerçamos em dois blocos de crenças. As limitantes – funcionam como obstáculos –, que nos tolhem, paralisam, nos mantém nas rotinas; e as fortalecedoras – funcionam como permissão -, convite para rompermos os limites, “sairmos dos quadrados”,  irmos além, superarmo-nos em cada situação, a cada dia, convidando-nos a exercer a ousadia, a criatividade, o nosso potencial ilimitado.
Amigo leitor, convido-o a dar uma parada, pensar e anotar as suas principais crenças, até seis, e verificar a tendência delas, isto é, se situam mais no grupo das crenças limitantes ou no das fortalecedoras e constate o quanto você as faz acontecer, comprovando com os resultados que vem obtendo no seu dia a dia.
Dessa forma, cada um de nós, através de suas crenças, que faz cumprir os scripts de vida, vai escrevendo sua história, quer como artista principal, artista coadjuvante, figurante ou plateia.
Contudo, é preciso sempre ter certeza que a escolha de nossas crenças é responsabilidade pessoal, e compete a cada indivíduo mantê-las, ou alterá-las, se e quando desejar. 
O fantástico de conhecer a teoria é possibilitar que cada pessoa possa migrar continuamente para as crenças fortalecedoras, acreditando que pode, merece, é capaz, é competente, age, age, age, faz o seu melhor e agradece pela realização de feitos extraordinários.
Pois quanto mais alicerçados estivermos em nossas crenças fortalecedoras, mais e melhores resultados estaremos obtendo e caminhando rumo ao nosso processo evolutivo.
                                                                                                                                                             
João Paulino Quartarola é administrador de empresas, especialista em psicanálise clínica e personal coach. O e-mail é jpquartarola@terra.com.br.

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