Com o tema “Universidade em Defesa da Vida”, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realiza, entre 21 e 25 de junho, a edição 2021 de seu Congresso Acadêmico. Assim como aconteceu em 2020, quando cerca de 25 mil pessoas participaram, o evento será totalmente online, gratuito e aberto para toda a sociedade. As inscrições podem ser feitas até o dia 21 neste link , onde mais de 11 mil pessoas já se inscreveram para acompanhar as mais de 50 mesas de palestras, apresentações e debates que contemplam diversas áreas do conhecimento, da saúde à filosofia, passando pelos temas mais relevantes do universo educacional, social, cultural e científico, além de prestigiar os mais de 2100 trabalhos enviados (precisamente 2183 trabalhos validados, número recorde na história do congresso).
A Palestra Magna que abre o evento no dia 21 será ministrada pelo cientista Miguel Nicolelis, um dos maiores nomes da ciência nacional, e terá como tema “A Pandemia de Covid-19 no Brasil e no Mundo”. Em sua apresentação, Nicolelis compartilhará sua experiência na coordenação do maior comitê científico de combate ao coronavírus no Brasil e seus estudos acerca da dinâmica do vírus e da Covid-19 em todo o mundo, em busca de evidências que pudessem orientar governadores e a população em ações para a diminuição dos efeitos devastadores da pandemia na saúde e na economia.
A programação do dia inaugural contemplará também palestra sobre o conceito do tema “vida”, a partir das perspectivas biológica, filosófica e teológica, além de mesa de debate com a temática “Defesa da vida na Amazônia”, que abordará os desafios para a manutenção da floresta; os riscos advindos do desmatamento por conta da agroindústria e da exploração das riquezas naturais, facilitando o surgimento de epidemias e os deslocamentos de populações resultantes do manejo não sustentável. Durante o dia, haverá também as sessões “Geopolítica, Desindustrialização no Brasil e o papel dos Estados Unidos na Economia Política Internacional” e “Diálogos: cultura e universidade”.
O segundo dia de congresso também será marcado por um cardápio variado de assuntos. Na programação, estão temas como “Profissionais da saúde protagonistas e vítimas da Covid19: lições aprendidas”; “Ciência, Agenda 2030 e a Década do Oceano”; e “A fome, suas raízes histórico-sociais no Brasil e seus E(e)stados atuais”. Nessa sessão, a discussão será sobre a situação de fome no país e seus determinantes históricos e políticos. A programação guarda ainda sessões sobre “Educação financeira como transformadora de vidas”; “Arte e ativismo indígena em tempos de pandemia”, que destacará o tema defesa da vida sob a perspectiva indígena, a partir de diferentes linguagens; e “Universidade e vida: reflexões instituintes a partir da filosofia”, que debaterá a importância da formação para a vida do espírito em meio ao rebaixamento de toda forma de pensamento.
Pandemia em diferentes cenários
No dia 23, terceiro dia de Congresso Acadêmico da Unifesp, a pandemia será tratada em mesas com os mais diferentes cenários. Em “Sonhos e Política no contexto da Pandemia”, os debatedores apresentarão as articulações que estão sendo realizadas entre as ações de ensino, pesquisa e extensão e que envolvem a Teoria dos Sonhos em Psicanálise. Na sessão “Formação e prática de professores de Ciências”, representantes das áreas de Biologia, Física e Química falarão sobre os desafios da formação e de práticas pedagógicas num momento em que a pandemia evidenciou ainda mais a importância da formação de professores de Ciências. As questões sociais ligadas à crise sanitária serão tratadas em “Desigualdades raciais e de gênero em tempos pandêmicos”.
Na programação do dia, estão também as sessões “Computação na resolução de problemas atuais”, acerca da aplicação da computação e estatística na solução de problemas da atualidade; “Educação pública no Brasil: desmontes, retrocessos e perspectivas”, onde serão trazidos para debates temas como financiamento da educação, autonomia universitária, políticas para o desenvolvimento científico e tecnológico, militarização das escolas, ensino domiciliar, políticas, além de programas para alfabetização e livros didáticos, numa perspectiva articulada e prospectiva; “A educação como prática de liberdade: 100 anos de Paulo Freire”, que tratará das experiências da Unifesp inspiradas nas ideias freireanas; e “Estuário de Santos e São Vicente: um ecossistema sob ameaça de resíduos perigosos”, trazendo um alerta biológico para a região.
O penúltimo dia de congresso terá uma agenda intensa e igualmente diversificada. Na mesa “Distanciamento social e saúde mental”, docentes e pesquisadores falarão sobre os transtornos mentais apresentados durante a pandemia e a necessidade de medidas preventivas e de suporte; em “Trabalho, neoliberalismo e pandemia”, os debatedores avaliarão a relação entre o trabalho e o neoliberalismo, procurando destacar as suas implicações sociais e políticas no contexto da pandemia; já em “A importância das Humanidades hoje: resultados das pesquisas sobre a pandemia”, serão apresentados os resultados de pesquisas sobre a pandemia, sob a perspectiva das ciências humanas; e em “Docência Universitária: saberes, práticas e possibilidades”, representantes de diferentes universidades trocarão aprendizagens, buscando ampliar as potências de redes interinstitucionais na formação docente universitária em tempos de pandemia.
No mesmo dia, a programação ainda contempla as sessões “Crise climática em perspectiva”, que reunirá pesquisadores atuantes no tema de mudanças climáticas para debater, sob a perspectiva da oceanografia, das ciências atmosféricas e das ciências econômicas e sociais, diferentes cenários e caminhos que se apresentam; “Cannabis sativa: potenciais do uso medicinal e implicações da regulação do uso”, onde especialistas discutirão os aspectos medicinais de derivados da maconha e as políticas de uso, comercialização, atentando para as consequências sociais; e “Dietética e Segurança Alimentar e Nutricional”, onde integrantes do Laboratório de Dietética Experimental da Unifesp debaterão como suas contribuições de pesquisa tem relação com a Dietética e com a promoção de consumo saudável de alimentos.
O dia 24 também tem em sua programação uma homenagem a Alfredo Bosi, crítico abrangente com visão humanista das artes e autor de estudos essenciais sobre a cultura brasileira, em uma mesa que pretende percorrer o itinerário desse intelectual, professor e militante, refletindo sobre os sentidos mais amplos do papel político e social que o mesmo legou às humanidades como um todo.
SUS, educação e nanotecnologia
No dia 25, último de Congresso Acadêmico, o SUS, a nanotecnologia e a educação preenchem e complementam a programação. Na sessão “Academia e gestão: iniciativas para aperfeiçoamento da Assistência Farmacêutica no SUS”, a integração da academia com a gestão do SUS e dos serviços de saúde, diante dos desafios para atuação do farmacêutico no SUS, será tratado de forma a contribuir para a compreensão e manejo das dificuldades como também no aumento do número e da efetividade das iniciativas para garantir acesso e uso racional de medicamentos. Na sessão “Nanociência e nanotecnologia: desafios e oportunidades”, pesquisadores da área falarão sobre os avanços e benefícios que a nanotecnologia tem trazido para a sociedade. Eles também discutirão sobre o desafio que enfrentaram durante sua dedicação na pesquisa para o desenvolvimento de novos materiais nanométricos e técnicas analíticas na escala manométrica.
Os temas “Curricularização da extensão na graduação”, com a discussão sobre a inserção da extensão nas matrizes curriculares dos cursos de graduação; “ODS, Agenda 2030 e Universidades”, que envolverá representantes e universidades de todas as regiões do Brasil para debater sobre a importância da incorporação da Agenda 2030 com seus 17 ODS nas Instituições de Ensino Superior; “Mulheres das exatas no enfrentamento da Covid-19”, que destacará a força e união feminina na resolução de problemas, por meio da aplicação da matemática em diversas áreas do conhecimento; e “Educação na pandemia e pós-pandemia: contradições, impactos e proposições”, que buscará responder diversas questões ligadas à formação de crianças, jovens e adultos em meio à situações de emergência, como a que vivemos com a pandemia, fazem parte da programação do dia 25.
A programação do último dia se complementa com as sessões “Negacionismo: Educação sob ataque e a negação da Ciência”, onde os palestrantes discutirão, sob a perspectiva das Ciências Humanas e, particularmente, da História, as facetas das ações negacionistas e suas implicações sociais em nosso tempo; além das mesas “Práticas Sustentáveis nas Comunidades”; e “50 anos da Paulistinha: o papel da escola da infância na universidade”.
Serviço:
Congresso Acadêmico Unifesp 2021 – Universidade em Defesa da Vida
Data: de 21 a 25 de junho
Inscrições abertas
Mais informações: unifesp.br/congresso