Artigo por Luiz Carlos Motta

A Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários), seus 71 Sindicatos Filiados, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) lançaram, na segunda semana de junho, a campanha virtual intitulada “Comerciários: Vacinação Já!” O objetivo é reforçar as ações individuais que estão sendo executadas por estas entidades em suas respectivas bases territoriais, onde atuam cerca de 2,7 milhões de trabalhadores, entre comerciários e práticos de farmácia. No Brasil trabalham atualmente cerca de 12 milhões de comerciários.
As redes sociais e a imprensa, em todo o país, tem nos ajudado a divulgar essa campanha humanitária, que visa conscientizar governos e trabalhadores em geral para a necessidade da vacinação com as duas doses.

Riscos
A categoria que trabalha tanto em serviços essenciais como não essenciais, está exposta à contaminação pelo novo coronavírus por conta da própria natureza da profissão. São trabalhadores que lidam diretamente com o público, manuseiam mercadorias, dinheiro e cartões. Estão muito expostos à Covid-19. São linha de frente no abastecimento da população. Os trabalhadores dos serviços essenciais como supermercados e farmácias, entre outros, não pararam de trabalhar nem nas fases mais restritivas da pandemia. Precisam ser vacinados com prioridade o mais rapidamente possível.

Reivindicação
Entre as ações realizadas pelos Sindicatos, visando esta inclusão dos comerciários na vacinação prioritária consta o envio de ofícios para prefeituras, Câmaras Municipais e Secretarias da Saúde, além de audiências do presidente da Federação no Palácio dos Bandeirantes. Essas mobilizações coordenadas dos sindicatos filiados também reforçam a nossa campanha unitária.
Na região contamos com o eficiente trabalho do Sindicato dos Empregados no Comércio de Piracicaba por meio da diretoria presidida por Vitor Roberto Previde. Os comerciários desta cidade tem dado exemplo de envolvimento e comprometimento com essa campanha.
Uma parcela significativa dos comerciários, principalmente os mais jovens, ainda não tem a definição da data em que receberá a primeira dose da vacina. Cada município tem a sua agenda própria, que sofre alterações, inclusive em função da falta de vacinas, como aconteceu este mês, em São Paulo, quando a vacinação foi interrompida no dia 22, devido à falta do produto.
Mesmo diante da previsão do governador do Estado de São Paulo, João Dória, de vacinar toda a população adulta até final de agosto com a primeira dose, temos ainda um grande desafio pela frente que é a garantia de que os que tomaram a primeira dose, retornem espontaneamente para completar a imunização com a segunda dose.

Segunda dose
É necessário ampliar a Campanha “Vacinação Já” para “Segunda dose Já” com dois objetivos: conscientizar todos os brasileiros para a importância do retorno para receber a segunda dose e garantir que essas reservas sejam mantidas para todos. Temos, ainda, outras variantes que podem comprometer a imunização: os atrasos nas entregas dos insumos, tanto para o Instituto Butantã como para a Fiocruz e os imprevistos na logística de distribuição.
Tenho trabalhado dia e noite para dar maior velocidade ao ritmo da vacinação e, também, para garantir para os trabalhadores as condições necessárias para sua proteção. Este deve ser um esforço nacional para salvar vidas. Além disso, quanto mais rápido estivermos prontos para voltar ao trabalho, mais cedo recuperaremos os empregos perdidos e ajudaremos o Brasil a recuperar sua economia.

*Luiz Carlos Motta é Presidente da Fecomerciários e da CNTC e Deputado Federal (PL/SP)

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Vacina e recuperação dos empregos