A reportagem da Revista D Marília News procurou esta semana uma das maiores especialistas de Marília e São Paulo em “Transtornos do Sono”, Dra. Vera Moron Rodrigues, para falar sobre o tema e a novidade da insônia também provocada pelo medo e estresse da população diante da pandemia do coronavírus. Segundo ela, os transtornos do sono constituem entidades clínicas de difícil diagnóstico e tratamento, exigindo estratégicas e planejamentos adequados nas suas abordagens.
“Os dois transtornos mais importantes, insônia e apneia obstrutiva do sono, têm graves consequências sociais e profissionais, com limitações e incapacidade na vida produtiva desses pacientes na sociedade. E é esta mesma sociedade que está nos roubando o sono. Internet, computadores e celular permeiam nossa existência, tornando-a cada vez mais eletrônica. É a digitalização da vida. Somos movidos por chips, como máquinas robotizadas”, disse. Os especialistas do sono estão fazendo alertas com o objetivo de avisar a todos que nosso organismo precisa dormir, e dormir bem. É o conhecido “repouso do guerreiro”. Não importa saber ao todo porque dormimos , da mesma forma que não precisamos saber por que comemos, amamos ou vivemos. Mas sim de que tudo isso precisa de qualidade e quantidade adequadas a cada pessoa individualmente.
“Um bom sono envolve três aspectos: qualidade, quantidade e ritmo. Se não atendermos essas três necessidades, sofremos suas consequências: físicas e mentais. Estamos presenciando uma sociedade privada de sono por vários motivos, acrescentando recentemente o estresse provocado pela pandemia do SARS-CoV-2, a Covid-19. Os sintomas que ocorrem em uma privação do sono em geral são sonolência excessiva diurna, fadiga, irritabilidade, déficit de memória e concentração, apresenta maior risco de acidentes, tendência à obesidade, à hipertensão arterial e com o tempo pode provocar até infarto. Às vezes o paciente pode ter associações com apneia obstrutiva do sono com roncos, apneias (estas observadas pela companheira ou companheiro), engasgos e noctúria ( diurese aumentada à noite )”, explicou.
“Quando o especialista do sono observa queixas e sintomas desses níveis recomenda a realização do estudo do sono : o exame de polissonografia, que faz uma preciso mapeamento da qualidade, quantidade e ritmo do sono. A quantidade inadequada do sono deve ser abordada com medidas de higiene do sono, a fim de que a quantidade e qualidade do sono sejam mantidas ou recuperadas, como: manter um horário regular para dormir e despertar; ir para a cama e permanecer nela somente quando estiver com sono; manter um ambiente de dormir em condições favoráveis, com baixa luminosidade, sem ruídos e com temperatura amena; não fazer uso de bebidas alcoólicas próximo ao horário do dormir; evitar abuso de cafeína; não usar hipnóticos e estimulantes sem orientação médica; realizar exercícios regularmente em horário não próximo ao de dormir; ingerir refeições leves antes de dormir e realizar atividades relaxantes antes de dormir, ser ativo física e mentalmente”, orientou a especialista.
Outra medida preventiva para um repouso de qualidade, necessários para repor energias e o próprio organismo para o dia seguinte, é abrir mão totalmente do uso de televisão e principalmente do celular. E, quando ocorre presença de apneia obstrutiva do sono, o tratamento deve ser por cirurgia, aparelho intra – oral e CPAP (pequena máquina, que hoje é moderna e confortável, não permitindo a ocorrência de apneia durante a noite), que são intervalos em que a pessoa interrompe a respiração diversas vezes enquanto dorme, atrapalhando o descanso necessário durante a noite para o repouso.
Existem pacientes, por exemplo, que param de respirar por segundos, dezenas e até centenas de vezes, sem saber, numa única noite. E acorda cansado, com a sensação de que não tivesse dormido plenamente, o que realmente ocorreu. Mas, felizmente para isso existe tratamento.
Saiba Mais
Dra. Vera Moron Rodrigues, CRM 38792, é Otorrinolaringologista e Médica do Sono. Dúvidas e maiores informações você pode conseguir com a especialista na clínica Rua José Bertonha 163 , J. Tangará, T: 14-34331660)