Estudos apontam a música como
tratamento para respostas fisiológicas e emocionais

A música é parte integrante da vida dos seres humanos desde tempos remotos. Tanto a produção musical quanto a sua percepção auditiva evocam processos mentais, sensoriais e emocionais variados que, boa parte das vezes, estão relacionados a experiências e memórias pessoais, que variam de um indivíduo para outro.
Várias publicações científicas, relacionadas à própria música, medicina e psicologia demonstram associação entre a melodia (acrescida ou não de letra) e o comportamento de crianças, adolescentes e adultos.
A música é capaz de promover benefícios no tratamento de várias doenças neurológicas, psiquiátricas e também dos reclusos (pessoas em confinamento), que é o que ocorre hoje conosco na quarentena, assim como no trauma, na saúde mental como um todo e no alívio da dor. Esses estudos são comprovados com imagens de ressonância nuclear magnética funcional.
Além disso, música é um artigo barato, quando comparado a incontáveis medicamentos cheios de efeitos colaterais, que hoje são prescritos no combate à depressão e à ansiedade. Ela é capaz de ativar ou desativar determinadas áreas cerebrais pertencentes ao chamado Sistema Límbico, gerando, com isso, a contenção hormonal que poderia levar ao estresse, por exemplo.
O estresse, particularmente, é uma reação a um determinado estímulo ou desafio e pode ser positivo ou negativo, se exacerbado. Porém, ele sempre provoca determinadas reações fisiológicas e emocionais. A intensidade dessas respostas ao estresse é que pode ser danosa e também depende de experiências individuais. Dentre alguns sintomas da resposta fisiológica ao estresse há o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, a sensação de boca seca, mãos frias e úmidas e intestino solto. Isso ocorre devido à liberação de hormônios como adrenalina, noradrenalina e cortisol, dentre outras substâncias. As respostas emocionais ao estresse seriam: ansiedade, depressão, inquietude e sensação subjetiva de “estar nervoso”.
Assim, vários estudos da literatura médica apontam a música e algumas de suas características como tratamento para essas respostas fisiológicas e emocionais causadas pelo estresse, porque ela provoca distração, relaxamento e sensação de felicidade.
Para essa finalidade é considerado o tipo de melodia, o tempo de exposição a ela, o tempo musical, se é rápido ou lento, se há ou não letra e o que ela diz, e se ela está associada a uma experiência de vida ou a uma lembrança.
Então, por exemplo, a música instrumental, sem letra, com cerca de 60-80 batidas por minuto num metrônomo, provoca relaxamento.
Outro dado curioso é que daqueles que utilizam a música para fins profissionais e terapêuticos, os músicos têm maior acurácia tátil e auditiva, conforme apontam alguns estudos. A música contribui enfim, para melhores resultados em várias esferas da saúde e prevenção de doenças.
Nesse sentido, cantar rotineiramente trouxe benefícios não só pessoais, como também a amigos e seguidores que fazem uma leitura da minha pessoa e da minha música no que diz respeito à interpretação, emoção e apresentações e enviam incontáveis feedbacks positivos sobre esse trabalho de “anestesista”: retirar emoções e tensões ruins e devolver alegria e relaxamento. Então sim, como cantora estou me saindo uma excelente anestesista.
Não é maravilhoso administrar um remédio natural, barato e bonito?

Rosa Avilla é médica anestesista e atua há 32 anos em hospitais de São Paulo e há poucos meses, assumiu a carreira de cantora que havia deixado de lado ainda jovem para estudar medicina. Com a canção “L’ addio che non ti ho dato”, de David Pasqua e Sandra Lya, lançou–se como cantora profissional para a temporada “Em nome da Rosa” que teve início em fevereiro deste ano. Porém foi em 2019 que a música retornou com tudo. Desde então, já lançou mais de 30 clipes, promoveu 16 shows e mais de 30 lives. A primeira delas aconteceu antes mesmo do recurso digital transformar-se no maior meio de divulgação entre os músicos durante a pandemia. http://rosaavilla.com.br/.

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