Na semana dedicada às mulheres, espero e desejo que todas tenham em todos os sentidos, dias repletos de romantismo e de surpresas agradáveis. Que todos os momentos sejam inesquecíveis, com manhãs prazerosas, tardes agradáveis e noites poéticas. Que na concepção de um relacionamento amoroso, possam conseguir um lugar de destaque na vida dos homens, se completando como um casal.
Deixando de sofrer diariamente, de uma vez por todas, por parte da sociedade extremamente machista, inúmeras adversidades, entre elas – Injustiças, assédios, preconceitos, desamor, violência, indiferença e desvalorização. Que os homens às tratassem com mais respeito e amor, valorizando o romance na sua essência, por saberem que o namoro tem como objetivo o casamento, onde ambos na relação à dois, terão a missão de agregarem valores.
Que não passe de uma utopia imaginária, o machismo retratado, nas ilustrações de storyboard, refletindo a imagem de um mundo pré-histórico, onde as mulheres paleolíticas, eram arrastadas pelos cabelos até as cavernas. Espero que os homens de nossa civilização atual, não tenham uma recaída abrupta, voltando a serem novamente apenas selvagens caçadores primitivos. Se dando ao direito de achar, que a mulher deve ser sempre submissa às suas ordens, se esquecendo que por detrás de um homem bem sucedido, existe o brilho de uma mulher.
Deletando da memória, a imagem daquele garoto amigo, parceiro e fiel escudeiro das garotas, diante de suas artes e pedidos. Como ajudá-las a subir na goiabeira do quintal; como ensiná-las a soltar pipas em dia de vento; como deixá-las em vantagem nas brincadeiras de esconde-esconde; como levá-las na garupa do carrinho de rolimã. Que não se importava em repartir o lanche na escola, com a loirinha de pintinhas no rosto e trancinhas no cabelo. A bela e doce loirinha, que todos sonhavam em tê-la como namorada.
Aquele garoto tímido, que vivia escrevendo versinhos para a ruivinha de franjinha, mas na hora do recreio, por ser tímido e com receio de se declarar, pedia para um colega entregá-lo. Que ainda hoje, se lembra dos tempos em que eram adolescentes; da companhia diária no percurso de ida e volta até a escola; dos namoros no escurinho do cinema; das paqueras nos bailinhos de final de semana e dos beijinhos roubados e nunca devolvidos.
Que não tinha vergonha de andar de mãos dadas; de sentar-se em um banco da praça, para comerem pipoca, de passear abraçadinhos, olhando as vitrines das lojas; de entrar em uma roda-gigante, apesar de ter medo de alturas; de enfrentar fila na porta do cinema, para assistir à um filme romântico, entre eles Grease – Nos tempos da brilhantina, com John Travolta & Olivia Newton John; de ficar namorando aos beijos e abraços, dentro de um fusquinha, ao som de uma música romântica, vindo de uma fita cassete, na doce ilusão de um final feliz.
Nos tempos atuais, devido ao fato de ambos trabalharem fora, as mulheres de um modo geral, levantam sempre cedo; preparam o café da manhã; adiantam o que vão servir no almoço; não deixam os filhos saírem sem escovar os dentes; medica a caçula que amanheceu resfriada e com febre e ainda arrumam tempo para se produzirem. Os homens de um modo geral, levantam sempre atrasados, restando apenas a tarefa de levarem as crianças no colégio, a caminho ao trabalho.
Mesmo tendo uma jornada dupla de afazeres, elas conseguem dar um jeitinho de frequentar o salão de beleza; de buscarem as crianças no colégio e de passarem no supermercado a caminho de casa. Mesmo exaustas e cansadas, sempre arrumam tempo e disposição, para prepararem o jantar da família. Uma vez por semana, conta com uma diarista, para lavar as roupas que acumulou durante a semana e arrumar a bagunça, que o marido e o casal de filhos deixaram a casa.
Sem discriminá-las pela sua nacionalidade, credo, cor ou ideologia. A mulher é a fonte da vida, do amor, do carinho e da ternura, transmitidos através do olhar, do gesto e do sorriso, que desarma o mal humor de qualquer oponente. São guerreiras, e se engana quem pensa que é o “sexo frágil” da humanidade. Têm um sexto sentido, ou seja, a percepção do que ainda pode estar por vir ou acontecer. Sempre atentas e preocupadas com o bem estar da família, sonham com dias melhores, demonstram interesse pelos problemas financeiros e com o futuro dos filhos.
Que as mulheres recebam neste dia 8 de março, um bonito arranjo de flores; inúmeras mensagens pelo WhatsApp; um convite para jantar à dois, mesmo que seja pelo sistema delivery e um passeio pelas lojas do shopping, com direito ao uso do cartão de crédito sem restrições. No dia a dia, que os filhos não aprontem muita arte no playground do condomínio; que a mundo se transforme num delicioso bolo de chocolate, que apesar de engordar, ela não dispensa; que a vovó continue fazendo crochê, em sua cadeira de balanço.
Particularmente falando, vou continuar debruçado na janela do meu coração, na expectativa de vê-la passar. Será que ela virá?
Carlos R. Ticiano é advogado, romancista e colunista.