A pré-história é dividida em dois períodos distintos – Idade das pedras e idade dos metais. No paleolítico, época da pedra lascada, destaca-se a caça, pesca, colheita de frutos, raízes e a descoberta do fogo. No neolítico, época da pedra polida, destaca-se a produção agrícola, arte da cerâmica, técnica da fiação, tecelagem e a formação de comunidades. Nos metais, época dos metais, destaca-se a técnica da fundição, sendo o cobre, o primeiro metal a ser fundido.
Histórias à parte, vale destacar que na antiga mitologia grega, o fogo foi um presente do titã Prometeu, que o roubou dos deuses para dá-lo à humanidade. Por ter praticado este ato, acabou severamente castigado por Zeus, que mandou acorrentá-lo no penhasco do Monte Cáucaso, para ser devorado por uma águia. De onde, acabou libertado do cativeiro, algum tempo depois, pelo herói Hércules.
No período paleolítico (era da pedra lascada), por serem nômades, os primitivos viviam em grupos, se deslocando de um lado para outro, em busca de locais onde pudessem caçar, pescar, colher frutas e raízes. Habitavam em cavernas, para se protegerem da chuva, frio e de animais ferozes. Suas ferramentas eram confeccionadas de forma rudimentar, à base de lascas de madeiras, ossos e dentes de animais.
No início, o fogo era produzido pela queda de raios, com o passar do tempo, através do atrito entre duas pedras ou dois pedaços de madeiras. Há relatos, de que foram encontrados nas cavernas, restos de uma fogueira com cerca de 500 mil anos. A partir do domínio do fogo, foi possível se proteger do frio à noite, de cozinhar e manter os alimentos aquecidos e a espantar os animar selvagens.
O fogo era tão fundamental, que mesmo quando não estavam utilizando, procuravam manter os gravetos em forma de brasas, para que não se apagassem, considerando que uma vez apagado, daria muito trabalho para conseguir reacendê-lo novamente. Se fizermos uma retrospectiva das gerações, no sentido de avaliar as evoluções tecnológicas, vamos identificar uma sequência cronológica, através do Homo Habilis (homem hábil), Erectus (homem reto) e Sapiens (homem atual).
Ao longo da história, o ser primitivo, foi se aprimorando e se adaptando, sem deixar de ser um predador, diante da necessidade da sobrevivência de sua prole. Atualmente, agregado no mercado tecnológico, tudo se tornou mais fácil, rápido e prático. No entanto, a chama do fogo precisou continuar acessa, antigamente nos fogões à lenha e atualmente nos fogões a gás, para poder continuar cozinhando os alimentos, que agora têm origem nas caçadas urbanas.
Saindo de suas casas e não mais das cavernas, as caçadas deixaram de ser em matas em busca de animais e em rios em busca de peixes. Atualmente são realizadas em lugares pré-estabelecidos com toda comodidade e segurança. Os supermercados, passaram a oferecer de tudo um pouco, sem a necessidade de utilizar mais os inseparáveis, vara de pescar, arco e flecha. O famoso, pegue e pague, amenizou seus esforços na busca por alimentos na preparação das refeições.
Atualmente, inserido no mercado de trabalho, o homem e a mulher, para manter o sustento da família, tem trocado o fogo propriamente dito, pela energia elétrica, em função do corre-corre diário. Devido a sua praticidade na hora de utilizá-los, entrou em cena as sanduicheiras, micro-ondas, fritadeiras, cafeteiras, fornos, entre outros eletrodomésticos, indispensáveis no dia a dia de uma cozinha moderna.
Aos casais, que não têm tempo para cozinhar e precisam fazer suas refeições fora de casa, a solução são as lojas de conveniências, as lanchonetes, as padarias, os restaurantes e os shopping centres, um dos maiores fenômenos, diga-se de passagem, nos tempos atuais. Nas praças de alimentação, pode se praticar a caça de forma moderna. Basta pegar o cardápio, escolher a refeição e degustá-la a bel-prazer. Uma praticidade indiscutível.
A palavra mercado, do latim “mercatus” – merca (produto) e mercar (vender/trocar), talvez não tenha sido tão difundida, como nos tempos atuais, em nossa sociedade contemporânea. De caçador, viramos caça, diante de tantas possibilidades e facilidades de se comprar uma série de bens de consumo, que podem ser duráveis e não-duráveis. Entrando neste rol, gêneros alimentícios, produtos de limpeza e higiene pessoal, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Basta entrar pessoalmente em uma loja física ou acessar uma loja virtual de sua preferência.
De um simples hot-dog para saciar a fome, passando por fraldas para o bebê até um televisor de última geração, a infinidade de produtos que os sites das lojas virtual, contrapondo aos que as lojas físicas oferecem, chegam a ser um espanto. Se nos primórdios da humanidade, tudo era obscuro e incerto com relação ao futuro, atualmente não é mais. Atrelado a praticidade, não precisamos sair caçando de forma desordenada, como faziam os homens que viviam nas cavernas.
Basta escolher e comprar o que desejamos que os vários meios de transportes entre eles o drone (veículo aéreo) vão se encarregar de entregá-los. Se for em uma loja física, basta entrar, escolher o produto e pagar em cash (dinheiro vivo), cartões (débito/crédito), celular, entre outros. Sem se esquecer, que se for pelo celular, é bom mantê-lo sempre recarregado, para que a chama não se apague e você acaba off-line.
Se for em uma loja virtual, tenha em seu notebook um bom antivírus, para que você não seja surpreendido com a mensagem – Ameaça bloqueada! Abortamos uma conexão com segurança, pois a mesma se encontrava infectada, por exemplo, com a blacklist. Navegando seguramente, basta escolher o produto, teclar, fazer o login e escolher a forma de pagamento. Entre eles, boleto bancário, cartões de débito/crédito, depósitos, troca de pontos/milhas e o atual PIX, uma forma de pagamento eletrônico instantâneo.
Assim caminha a humanidade, numa eterna polarização de valores. Seja num sofisticado shopping center, saboreando um hamburger e tomando um refrigerante, ou numa simples feira de rua, comendo um pastel de sua preferência, acompanhado de um caldo de cana.
A todos os leitores, uma boa e excelente caçada!
Carlos R. Ticiano é advogado, romancista e colunista.