*Por José Tonon Junior

 E o tempo vai passando rápido: vão-se os dias, os meses e os anos. Dias importantes, aniversários e várias datas comemorativas enchem o nosso calendário … e é por causa de uma delas que me pus a escrever: Dia dos Pais!
Em algum momento de minha vida achei que não viveria essa incrível experiência, talvez a mais rica que Deus me permitiu, mas já se passaram 15 anos, sim, 15 anos que meu maior presente veio ao mundo, a ‘nossa’ Maria! Eu e minha esposa a desejávamos muito e ela veio de surpresa. Surpresa de Deus para nós! E é, certamente, essa experiência que me permite olhar tão diferente hoje para essa posição de ‘ser pai’.

Hoje vejo que não somos pais somente quando damos aos ‘filhos’ os genes ou nosso amor paternal, somos pais sempre que cuidamos, somos pais quando protegemos e no preocupamos com alguém, em quaisquer locais ou situações. Somos pais de nossos amigos, pais dos nossos irmãos e até pais de nossos pais. No meu caso, sou pai da Maria, pai daqueles que convivem em casa com a gente, pai das minhas sobrinhas, pai dos meus afilhados, pai dos meus alunos, pai dos que na empresa e na igreja convivem comigo e pai dos que me procuram para uma orientação ou só para ser um ombro ou ouvido amigo. Sou pai, mas também sou filho!

Com cada um é um tipo de relação. Com a Maria, é meu ‘treinão’ diário, é com quem posso exercitar, na essência, a grandeza da entrega e dedicação.  É um amor sem medidas, que dói com os desafios, mas se alegra nos simples detalhes de seu crescimento e maturidade. Com meu pai, o tempo é sempre insuficiente, nunca conseguirei fazer por ele tudo que já fez por mim, mas sigo tentando! Com os demais, criam-se situações incríveis e acabo convivendo com eles tempo suficiente para termos uma relação de conhecer um pouco mais, perceber as angústias e os momentos de tristezas e de conquistas. Às vezes, doo a eles o tempo que nem tenho, pelo simples desejo de fazê-los melhores, conduzi-los a uma situação de maior tranquilidade. E quanta felicidade quando assim acontece: é a concretização da missão assumida. Quando falo em relação aos alunos, pode parecer que o Dia dos Pais e o Dia dos Professores se confundem, mas na verdade ‘se fundem’, ampliando ainda mais o compromisso com aqueles que queremos bem! E assim também acontece na fusão de sentimentos dos avôs, bisavôs, tios e cuidadores. Amor que se complementa e acalenta corações. Mas que fique claro, com alguns podemos falhar: no pouco tempo, na falta de tato, na ausência! É, ‘pais’ também falham!
Entretanto, é bom demais poder falar sobre isso num momento tão ímpar, saindo de uma pandemia e podendo/querendo dar esse amor paternal mesmo aos que não nos são filhos biológicos ou do coração, pois uma coisa é certa e clara: faltam ‘homens’ para o papel de pai, sobram carentes e desejosos de um amor verdadeiro, de um amor ‘construidor’ de coisas boas, de algo que os leve a sensação de filho(a) amado(a).
Eu me desafio diariamente a ser e agir dessa forma (e quem convive comigo também me desafia e me ajuda na solução das mais diversas questões – meu agradecimento!), e peço e louvo a Deus para que assim sejamos todos, pois tudo faz parte do plano d’Ele em nossas vidas. Que no Dia dos Pais, e em todos os outros, possamos nós, pais reais e potenciais, pensar sobre como sermos melhores e sermos exemplos para nossos ‘filhos’ e ‘filhas’.
Eu, hoje, assim existo, porque Deus me presenteou grandemente e eles existem em minha vida: obrigado pai, obrigado filha … e obrigado a todos que foram meus pais durante essa longa jornada!
Parabéns a todos os pais, na sua forma mais ampla! Felicidades sempre, em todos os dias do ano!
 1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isso é justo. 4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef, 6 – 1;4)

*José Tonon Junior, pai de Maria Fernanda, agrônomo, professor e cristão católico.

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E hoje, também, é Dia dos Pais
*Por José Tonon Junior