Artigo por Carlos R. Ticiano
Na corrida pela tecnologia, tivemos na década de 80, a criação do 1G (primeira geração), numa época em que as novidades tecnológicas, eram uma coisa rara de se ver, em tudo que usávamos no nosso dia a dia. O start, dado pelo 1G, revolucionou a forma de se comunicar, tirando o telefone fixo de dentro de casa, transformando o em um telefone móvel.
Quem não se lembra dos telefones, conectados no painel dos carros e das pessoas no portão de casa, fazendo uma ligação. Apelidados de “tijolo”, devido ao seu tamanho e peso, ele servia para falarmos de forma precária fora de casa. O sistema, transmitia por meio de graus, em variação contínua, utilizando o processo analógico.
Na década de 90, com a chegada do 2G (segunda geração), foi possível adicionar mais aplicativos na tela do celular, devido a tecnologia digital. A rede se tornou mais estável, permitindo uma conexão mais abrangente, surgindo a opção de se mandar um SMS (mensagem de texto), conhecido por torpedo. Nada mudou até 2007, quando surgiu o headphone, utilizando a tecnologia 2G, que também transmitia dados.
Com a chegada do 3G (terceira geração), popularizou-se a internet móvel, possibilitando aos usuários, de terem a internet em definitivo, na palma de suas mãos. Devido ao avanço tecnológico, foi possível em aparelhos com mais funções, abrir um e-mail, acessar as redes sociais e tantas outras coisas, que até então, pareciam impossíveis. O celular, se transformou em um smartphone, revolucionando até o televisor, que virou um super celular sobre o rack da sala.
Mas só tivemos certeza, de que estávamos adentrando a era dos “Os Jetsons”, com a chegada do 4G (quarta geração), que permitiu aos usuários, fazerem vídeo chamada (transmissão de som/imagem de pessoas participando de uma conversa) e videoconferência (transmissão interativa através de uma televisão ou notebook), sem correr o risco de cair a conexão.
O celular envolveu o ser humano de tal forma, que ele não consegue mais sair do lugar e dar dois passos, sem levá-lo consigo. A dependência é tanta, deste aparelhinho cheio de aplicativos, que as pessoas se tornaram seus reféns. Através dele, é possível acessar a conta bancária; fazer reservas em hotéis; pagar boletos bancários; solicitar táxis pelo aplicativo; enviar mensagem por áudio ou escrita e até fazer uma simples ligação.
Com a chegada do 5G (quinta geração), as pessoas vão perceber uma revolução, que vai extrapolar para além do celular. Os carros vão ter autonomia própria, para se autodirigir; o reconhecimento facial, vai substituir o crachá; a sala que você trabalha, vai reconhecê-lo ao passar pela porta; o ar-condicionado vai se auto ligar, deixando o ambiente na temperatura ideal; o computador, diante da sua presença, vai dispensar a senha para acessá-lo.
Em termos de geração, o 5G é muito mais do que um upgrade (aumento de velocidade), na comunicação entre as pessoas. Muito além da velocidade, vai trazer uma mudança de comportamento, permitindo executar atividades que hoje parecem impossíveis. A nova geração, vai ter que estar preparada para atender a esta nova fatia de mercado, que irá movimentar bilhões na economia, levando as indústrias a fazerem grandes investimentos em tecnologia.
Segundo Luiz Tonisi (Presidente da Qualcomm), o mundo das máquinas e dos vídeos, como está sendo chamado, com a chegada do 5G, através de sua inteligência artificial, vai permitir conectar ao mesmo tempo, em torno de um milhão de coisas, por quilômetro quadrado.
Sendo possível, através de um streaming (informação), a transmissão em tempo real de dados, áudio e vídeo, de um servidor para um aparelho.
Desta forma, vai ser possível habilitar um conjunto de itens, deixando os todos conectados numa mesma configuração. O relógio de pulso, smartphone, televisão, mini system, ar-condicionado, geladeira, notebook, máquina de lavar roupas e demais aparelhos. Uma vez, todos conectados, você vai poder ativá-los, através de um comando de voz.
A robotização, por sua vez, assumirá uma série de tarefas que serão idealizadas pelos robôs, na rotina do dia a dia, entre elas – Fazendo pequenos reparos domésticos, anotando o pedido de um cliente em um restaurante, preparando o café da manhã, varrendo o quintal da casa, colocando o lixo na lixeira do condomínio, levando o cachorro para passear.
Fazendo a faxina pesada da casa, controlando e reorganizando os estoques das empresas, orientando o trânsito caótico nos horários de pico, repondo e organizando os produtos nas gôndolas dos supermercados, ajudando os estudantes nas tarefas escolares, servindo as pessoas em uma cafeteria, lanchonete, sorveteria.
Provavelmente, você deve ter achado engraçado, esta relação de tarefas sendo executadas pelos robôs e ao mesmo tempo, ficado preocupado com a possibilidade, mesmo que remota, de ser transformado em um androide. Calma! Isto não vai acontecer! O robô, vai apenas agregar e não substituir o ser humano, em suas tarefas diárias.
Mas aconselho, começar a se preparar, para absorver todas essas novidades, pois em meados de 2030, vamos ter o 6G (sexta geração), de uma nova era da tecnologia, onde provavelmente, os robôs vão estar no comando. Quando adentrarmos na era dos “Os Jetsons”, apenas não se esqueçam de dizer – Good Morning, Robô!…
Carlos R. Ticiano é advogado, romancista e colunista.
cr.ticiano@gmail.com