Artigo por Carlos R. Ticiano

Se quando você sai às ruas, se preocupa apenas com o que pode atingi-lo vindo em sua direção, acho melhor repensar sobre o assunto e começar a tomar mais cuidado. Aconselho criar o hábito, de se preocupar também, com o que pode advir do alto. Não estou me referindo apenas a um simples vaso de flor, destes tantos espalhados pelas sacadas dos apartamentos, que pela ação do vento, podem despencar a qualquer momento.

Nem tão pouco, de uma simples defecação de um passarinho inescrupuloso, passando num voo rasante sobre à sua cabeça. Mas, com o que pode lhe atingir, vindo de uma quantidade enorme de detritos, advindo do lixão espacial, atualmente estimado em 8 mil toneladas de sucata velha, orbitando sem destino a atmosférica terrestre. O problema dos lixões, não existem só aqui em baixo na terra, mas também lá em cima no espaço.

Satélites que pararam de funcionar e estão desativados; restos fragmentados de foguetes e naves espaciais descartadas; objetos de trabalho, perdidos ou esquecidos pelos astronautas, na finalização de suas tarefas, durante seu manuseio no espaço. Se diariamente somos displicentes, no manuseio do que utilizamos aqui na terra, no espaço, não deixa de ser cotidianamente diferente.

Há pouco tempo, a Rússia enviou um míssil ao espaço, com a missão de explodir um satélite antigo, que não estava mais em atividade. O acerto do alvo, foi indiscutivelmente preciso, só que eles não calcularam, que com a explosão, o satélite se transformaria em mais de 1.500 destroços espaciais. Agora, são milhares de estilhaços, flutuando sem rumo por toda órbita terrestre.

Em função da força da gravidade, todo esse lixo espacial, fica flutuando numa velocidade espantosa, causando riscos eminentes, a ponto de colidir por exemplo, com a Estação Espacial Internacional, que viaja a uma velocidade de 28 mil KM/H. Sem falar nos Satélites, utilizados para a comunicação, nas suas mais variadas espécies, aqui em baixo na terra.

Recentemente, os sete astronautas que moram e trabalham na Estação Espacial Internacional, tiveram que interromper seus trabalhos, em virtude da mensagem que a agência espacial norte-americana (NASA) enviou, dizendo – A informação que nós temos agora, indica que precisamos ativar procedimentos de segurança e fechar as escotilhas centrais, pelas próximas duas travessias.

Esse aviso de emergência, considerou a possibilidade de um destes destroços, na velocidade que trafegam, se chocarem com a estação. Por segurança, os astronautas foram orientados a buscarem abrigo em naves de retorno (cápsulas especiais) utilizadas para refúgio e escaparem ilesos de um possível perigo.

Segundo estimativas, existem 8 mil toneladas de lixo espacial (sucatas), viajando sem rumo e sem destino. Um relatório da agência espacial norte-americana (NASA), identificou que pelo menos 26 mil desses destroços, se assemelha a uma bola de tênis. Apesar da dimensão reduzida, se deslocando à uma velocidade muito rápida, podem com certeza, destruir um satélite em operação.

Ainda segundo a agência espacial norte-americana (NASA), meio milhão de pedaços desse lixo espacial, têm o formato de uma bolinha de gude. Um objeto pequeno, mas comparado a um tiro, se colidir com estação espacial. Um disparo que corresponde a milhões de pedacinhos de

detritos, no tamanho de grãos de areia, suficientes por exemplo, para perfurar a roupa de um astronauta.

Foi desenvolvido pelo Centro Espacial Suíço, uma espécie de caminhão de lixo espacial, projetado para recolher os detritos, que estão literalmente perdidos na órbita terrestre, colocando em perigo as missões espaciais tripuladas. O faxineiro espacial, foi batizado de Clean Space One, pela agência espacial suíça.

O maior desafio previsto, para este aspirador de pó gigante, será sugar os objetos que trafegam em altíssima velocidade. Para esta faxina ser bem sucedida, ele vai precisar se concentrar em um único alvo por vez, entrar na rota de sua órbita, ser rápido e preciso na hora da sucção. Um movimento equivocado, colocará em risco o futuro do faxineiro espacial, pois acabará destruído pelo detrito.

A agência espacial norte-americana (NASA), anunciou que vai desativar a Estação Espacial Internacional em 2030. A mesma, será lançada no Oceano Pacífico, num lugar conhecido como “cemitério de naves espaciais”, onde já se encontram satélites e tantos outros detritos espaciais, submersos no fundo do mar.

Enquanto isso, vamos nos prevenir, dando sempre uma olhadinha para o céu. Afinal de contas, nem só chuva vêm do alto.

Carlos R. Ticiano

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Lixo espacial