A “SEMANA SANTA” é uma tradição religiosa cristã que celebra a PAIXÃO, a MORTE e a RESSURREIÇÃO de Jesus Cristo, sendo uma das semanas religiosas mais celebradas no mundo. Tem a simbologia de significar um momento de REFLEXÃO, AMOR, CELEBRAÇÃO da VIDA e ESPERANÇA para todos.
Tecnicamente, é o momento litúrgico CENTRAL da Instituição Católica Apostólica Romana, apesar de também ser respeitada por outros cristãos.
Começou a ser comemorada em 325d.C., após o Concílio de Nicéia, presidido pelo Imperador Constantino, e organizadpo pelo Papa Silvestre I. Este evento consolidou a doutrina da Igreja Católica, como a escolha dos livros sagrados e das datas religiosas. Nele ficou decidido também que a “Semana Santa” seria comemorada do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa, no mesmo período em que os judeus comemoravam a Páscoa. Antes disto, há relatos de festas em homenagem aos últimos dias de Jesus, como por exemplo a comemoração de 2 dias apenas : o “Sábado de Aleluia” e o “Domingo da Ressurreição”, ou, outras vezes, celebrando-se apenas o Domingo de Páscoa.
Nela comemoram-se os “Mistérios da nossa Salvação“, e recorda-se a “ÚLTIMA SEMANA” (últimos passos) da Vida de Jesus Cristo aqui na Terra.
Faz parte do “Final da QUARESMA“, celebração cristã de 40 dias, inspirada no período de tentação de Jesus Cristo no deserto, como também nos exemplos de Noé (40 dias na Arca), e de Moisés (vagando por 40 anos no Deserto do Sinai).
É ocasião para profundas reflexões, orações, silêncio, recolhimento e conexão espiritual rumo à preparação para a Páscoa.
PROCISSÕES recriando a Via Sacra (caminho percorrido por Jesus até a Crucificação), CERIMÔNIAS, SERVIÇOS, RITOS, ENCENAÇÕES da Paixão de Cristo, atividades de CARIDADE e SOLIDARIEDADE, PEREGRINAÇÕES a locais sagrados, “malhação do boneco de Judas”, “religiosos” usando vestimentas ROXAS (cor com significados de “tristeza” e “espiritualidade”), dentre outras, são algumas das maneiras que os diversos povos celebram esta Semana.
O ÚNICO senão vai por conta de que, se o período desta “Semana” vai do “Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa”, ela “NÃO deveria ser chamada de SEMANA” !
Etimologicamente, a palavra “semana” origina-se do latim “SEPTIMANA” (com significado de “7 MANHÃS“), sendo um período correspondente a “um grupo de 7 dias“. Do “Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa”, temos “8 MANHÃS“, e representatividade de “8 DIAS“. Portanto, este período NÃO é compatível com uma semana !
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Cada dia desta “Semana” tem um “significado especial“:
– INICIA no chamado “Domingo de Ramos“, que é o domingo ANTES da Páscoa. Marca a entrada triunfante de Jesus em Jeusalém, montado em um jumento e aclamado pelo povo com “ramos de palmeira”, como sendo o Messias. Vale lembrar que, tradicionalmente, segundo o Antigo Testamento, o povo hebreu recebia o Rei com “ramos de oliveira”;
-a SEGUNDA-FEIRA é um dia de reflexões e orações sobre humildade, devoção, amor a Deus e ao próximo, e de lembrar Maria (irmã de Marta e Lázaro) que, num gesto de amor e devoção, ungiu os pés de Jesus com um perfume precioso, tendo depois enxugado-os com os seus cabelos. Silêncio e penitência, desapego aos bens materiais, concentração nos valores espirituais também fazem parte deste dia;
– a TERÇA-FEIRA marca o INÍCIO dos eventos que culminariam na morte de Jesus. Para este dia, a Bíblia traz um Jesus que faz um “Discurso de Despedida aos Discípulos“, falando sobre Morte e Ressurreição, Amor, União, Fidelidade, Perseverança e Fé (mesmo com as dificuldades que estavam por vir);
– a QUARTA-FEIRA, conhecida como “a “quarta-feira das trevas“, simboliza a escuridão, tristeza e dor pela morte de Jesus. A “negação de Judas” e a “negação por três vezes de Pedro” são temas para reflexões. Orações, meditações e reflexões sobre o exemplo de Jesus estão presentes neste dia;
– a QUINTA-FEIRA é um dos dias mais importantes da semana. Celebra a “ÚLTIMA CEIA de Jesus“”, quando Ele lavou os pés dos Disciípulos, compartilhando com eles o Pão e o Vinho, instaurando o “Sacramento da Eucaristia“. A mensagem de Jesus e seus exemplos de amor e humildade, comunhão, união, partilha, serviços ao outro e fraternidade são motivos para reflexões;
– Passa pela “SEXTA-FEIRA SANTA” como o dia mais solene e TRISTE da Semana. É o dia da CRUCIFICAÇÃO e MORTE (de Cruz) de Jesus. Momento de PROFUNDA reflexão para os cristãos … afinal, segundo os estudiosos, foi um sacrifício em prol da redenção e da salvação da humanidade. Jejum, penitência, abstinência e recolhimento, para nos aproximarmos mais de Deus são a tônica. Cerimônias como a Via Sacra, relembrando os passos de Jesus até o Calvário, onde foi crucificado, leituras bíblicas que narram a morte de Jesus, e celebrações de “Adoração à Cruz” são frequentes neste dia. Em algumas regiões do Brasil, acontecem “encenações da Paixão de Cristo“, retratando os últimos momentos da vida de Jesus, e sua crucificação, em sinal de respeito e admiração, entendendo a importância do amor e sacrifício de Jesus em prol do gênero humano;
– o “SÁBADO” (que, na teoria, seria o SÉTIMO dia desta “Semana”) é o chamado “SÁBADO de ALELUIA“. Além de ser o FIM da Quaresma, marca também o momento em que os cristãos aguardam a RESSURREIÇÃO de Jesus … algo que representará a VITÓRIA de Jesus sobre a MORTE … esperança de SALVAÇÃO para os humanos. Cerimonialmente, os fiéis acendem uma “Vela Grande”, o chamado “CÍRIO PASCAL”, onde o “fogo’ tem a representatividade do Cristo ressuscitado entre nós. Ressurreição de Cristo, REnovação da vida cristã. Em alguns lugares também é conhecido como o “Sábado de Judas”, onde queima-se um boneco representando Judas, em sinal de repúdio à sua traição, e compromisso com a Fé cristã;
– e TERMINA no “Domingo de PÁSCOA” (que, teoricamente, seria o OITAVO dia desta “Semana”), celebrando a RESSURREIÇÃO de Cristo. Com data variável a cada ano, comemora-se, neste dia, a VITÓRIA de Jesus sobre a MORTE. Dia de MUITAS ALEGRIAS e de ESPERANÇA ! As celebrações são feitas com leituras dos Evangelhos que narram a descoberta do TÚMULO VAZIO por parte de Maria Madalena e dos Discípulos de Jesus.
Mesmo para os NÃO cristãos, NÃO crentes, ou até mesmo ATEUS, parece lógico não haver mal algum numa comemoração destas.
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Sobre a “COMIDA da Sexta-Feira Santa”
Na época de Jesus (e hoje ainda), a “CARNE” era um alimento “CARO“. Sua “abstinência simbólica na Sexta-feira Santa” tinha a representatividade de, na sua privação, estar-se praticando caridade.
A utilização de uma dieta com PEIXES neste dia, deve-se ao fato de que, na Antiguidade, o peixe era um alimento MAIS SIMPLES e MAIS HUMILDE que a carne, representando assim uma forma de penitência.
Neste sentido, será que a “DIETA da Sexta-feira Santa” deveria ser feita com “PEIXES NOBRES e CAROS” ?
Afinal, segundo os preceitos filosóficos cristãos, o ‘Dia” não seria para relembrarmos os últimos passos de Jesus, inclusive Sua Morte de Cruz, e refletirmos espiritualmente ? Não seria um dia em que o “corpo rezaria” ?
Ao invés de “Dia da FARTA PEIXADA com Peixes CAROS“, não seria um dia para “COMERMOS POUCO“, e também “GASTARMOS POUCO $” com a refeição ?
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Sobre a “CRUZ“
A CRUZ (de Jesus Cristo) é o MAIS conhecido símbolo religioso do Cristianismo.
Boa parte dos Cristãos a usa como adereço. Mesmo os não Cristãos, ou até mesmo Ateus, acabam tendo contato com a “SIMBOLOGIA da CRUZ” em vários ambientes que frequentam.
Usada como instrumento de tortura e morte durante o tempo do Império romano, tem, hoje, representatividade de DOR, SOFRIMENTO e, no caso de Jesus, sua MORTE física.
De acordo com a Fé Cristã, foi APÓS a “MORTE na CRUZ” que Jesus RESSUSCITOU, significando a “NOSSA” SALVAÇÃO, a “NOSSA” VIDA ETERNA.
Representa o CÚLMEN da Fé Cristã !
O próprio Mestre já havia falado sobre ela, dirigindo-se a todos nós. Jesus disse em Lucas 9:23, Mateus 16:24 e Marcos 8:34 :
“tome A SUA CRUZ e siga-me.”
O Evangelista Lucas ainda observa, o que o próprio Mestre falou, no Capítulo 14, Versículo 27 :
“E aquele que NÃO carrega SUA CRUZ, e não Me segue, NÃO pode ser Meu discípulo.”
Neste contexto, importante é lembrar a figura de SIMÃO CIRENEU (de Cirene) que, segundo todos os Evangelhos (Marcos 15,20-22, Mateus 27,31-33, Lucas 23:26-32 e João 19:16-18) foi um homem que, “obrigado pelos romanos”, CARREGOU A CRUZ de Jesus Cristo até a Gólgota (Colina na qual Jesus foi crucificado). Portanto, ajudou (e muito) o Mestre em seu Martírio de Cruz.
Ainda sobre a “CRUZ”, Paulo relembra em 1 Coríntios 1,17 :
“Por que Cristo enviou-me … para que A CRUZ de Cristo não se faça vã.”
E continua no versículo 18:
“ Porque a Palavra DA CRUZ é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o PODER de Deus.”.
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Para os que creem nos Evangelhos, constantemente, Jesus orienta-nos como devemos ser.
No “Sermão do Monte”, descrito no Capítulo 5 de Mateus, o Mestre ensina-nos o que devemos fazer.
No Capítulo 22 de Mateus, Versículos 36 a 40, ao ser interrogado pelos Fariseus, “Doutores da Lei” da época, Jesus também orienta-nos :
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento “
E continua …
“… Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
O Jesus das “OBRIGAÇÕES” ainda está presente em várias partes dos Evangelhos, com especial atenção para : Mateus 22, Lucas 17, 2 Timóteo 2 e Lucas 17.
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As Redes Sociais SEMPRE BOMBAM com Mensagens fantásticas sobre esta época: “Frases”, “Filmes” … tudo muito bonito !
Fora estas Mensagens, várias reflexões podemos fazer sobre o VERDADEIRO sentido da “Semana Santa” :
– será que a humanidade está interessada no Jesus do SOFRIMENTO, no Jesus da CRUZ ?
– Até que ponto a humanidade está ASSUMINDO, “INDIVIDUALMENTE”, as “SUAS” CRUZES ?
– Será que, em tempos Hodiernos, as pessoas estão interessadas no Jesus das “OBRIGAÇÕES” ?
– será que acham que, “replicando Mensagens bonitas”, já estão fazendo “sua parte”, e, após elas, continuam suas vidas no mesmo ramerrão de sempre ?
– somos o “Servo (Fiel)”, dos Capítulos 41 a 45 de Isaías ?
– e finalmente, será que, além de assumirmos as “NOSSAS” CRUZES, também estamos portando-nos como Simão Cireneu, e agindo como “CIRINEUS” ou “CIRINÉIAS”, ajudando os irmãos e irmãs a carregarem as “SUAS CRUZES” ?
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“Leve ou pesada, TUA Cruz está feita à TUA MEDIDA: e é DIFERENTE de todas as OUTRAS.”
(Francois Mauriac)
Ótima “Semana Santa” !
João Evaristo e família
