Tenho acompanhado através da televisão, inúmeros debates partindo da mesma premissa, sobre à guerra solitária, em que à Rússia se envolveu com a Ucrânia; sobre o poder econômico, que à China representa mundialmente; sobre a tentativa dos Estados Unidos, em tentar se impor, diante de seus adversários.
Os convidados, especialistas nas mais diversas áreas, são indagados logo no início do debate, pelo entrevistador do programa, com uma pergunta retórica – As superpotências são uma ameaça? A resposta dos analistas, acabam sempre resvalando nos Estados Unidos, que ainda tenta demonstrar, uma soberania sem eficácia, desgastada ao longo dos anos.
Vladimir Putin, que governa a Rússia desde 1999, após a renúncia de Boris Iéltsin, já serviu como ex-agente do KGB (serviço secreto soviético) no exterior, é um elo a ser atado ou desatado pelos americanos e pela Europa Ocidental, dependendo de que lado a China, através do seu presidente, Xi Jinping, se posicione.
Não é de hoje, que a Rússia vem se estranhando com a Ucrânia. O estopim da crise entre os dois países, começou em 2013, quando o presidente Viktor Yanukovich, acabou deposto, por ser contrário ao processo de unificação dos países do bloco soviético. Entrevero, que continua até hoje, agora com o atual presidente, Valodymyr Zelensky.
Outra tensão diplomática antiga e não menos séria, envolve a China e Taiwan. Os chineses nacionalistas fugiram, ao serem derrotados em 1949 pelos chineses comunistas, tornando a ilha de Taiwan, politicamente independente. O presidente da china, Xi Jinping, considera a invasão de Taiwan, uma questão de honra.
Mas nada se compara aos Estados Unidos, quanto a escalada bélica, sobre uma infinidade de países, seja através de uma intervenção militar ou propriamente uma guerra declarada. Neste currículo de intervenções, ao longo do tempo, não poderia deixar de aparecer em sua extensa relação, a própria Rússia e a China, seus desafetos declarados.
Segundo os entrevistados, à China, na pessoa de seu Presidente Xi Jinping, é à bola da vez, a ser tocada pelo presidente americano, Joe Biden, que se vê diante de uma sinuca de bico, perante uma remota possibilidade de acordo, em vista da atual situação. Uma briga de dois oponentes, alocados de forma estratégica em territórios opostos.
Com o fim da guerra fria, período de tensão geopolítica entre a União Soviética e os Estados unidos, que teve início em 1947 e terminou em 1989, ficou subentendido pela comunidade internacional, que os países geograficamente vizinhos, teriam a sua soberania incontestada. Com o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, estaria Vladimir Putin, iniciando uma segunda guerra fria?
A Rússia e a China, em nome de uma transição, com relação as regras econômicas e de uma soberania mundial, se veem estimuladas a buscarem novas regras, por considerarem que a era da pós guerra fria, se encontram desgastadas. Sem deixar de considerar, que existe uma parceria, que não chega ser uma aliança, entre os chineses e os russos.
A China, não têm o objetivo de dominar o mundo, pelo contrário, eles querem apenas que os Estados Unidos, não interfira na Ásia. Quanto a isso, há um consenso geral entres os entrevistados, que consideram a China como o maior milagre econômico da história da humanidade.
Por métodos próprios, a China conseguiu tirar da pobreza, milhões de chineses. Não chega ser um exagero, dizer que a China não tem a pretensão, de querer substituir os Estados unidos do staff de líder mundial. O que ela questiona enfaticamente, são dois pontos – Livre Comércio e Direitos Humanos.
Por não conseguir o poder, que gostaria de usufruir no Fundo Monetário Internacional (FMI), criou o Banco do BRICS, com sede em Xangai, na China. Um banco operado no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, como alternativa ao Banco Mundial e ao próprio FMI, como opção na mobilização de recursos.
Não por acaso, é considerada a segunda maior economia do planeta, onde consegue ter um crescimento na ordem de 4% ao ano, mesmo durante a pandemia. Conhecida como “o país do centro”, já ultrapassou os Estados Unidos em alguns aspectos, devido a variedade de produtos produzidos. Qual país consegue acompanhar o ritmo da China?
No tocante à energia alternativa, na maneira de se produzir uma energia limpa e inesgotável, do ponto de vista de salvaguardar a natureza, a China anunciou a criação do “sol artificial”, através de um reator de núcleos atômicos. A energia de fusão nuclear, há décadas, é uma busca de vários países, na tentativa de torná-la realidade.
O equipamento denominado como HL-2M Tokamak, está localizado na cidade de Chengdu, capital da Província de Sichuan, no sudoeste da China. Ele é capaz de gerar uma temperatura de 100 milhões de graus Celsius, enquanto o núcleo do sol, gera em torno de 15 milhões de graus Celsius, daí o nome de sol artificial.
Para entender o feito chinês, é preciso explicar que a fusão nuclear, é um processo no qual o núcleo de dois átomos leves, se unem para formar um núcleo mais pesado. A China, têm exaltado com evidência, seu programa de energia por fusão nuclear, pretendendo construir um protótipo até 2035, iniciando seu uso comercial em larga escala até 2050.
Teremos ainda revelações bombásticas, a serem reveladas por parte das superpotências? O que podemos esperar dos americanos, chineses e russos? Enquanto aguardamos, desejo a toda população mundial, boa sorte!
Carlos R. Ticiano