Você sabia que muitos elementos utilizados no décor são tipicamente brasileiros? Um país popularmente conhecido por sua cultura, também possui traços, cores, texturas e materiais característicos para uma decoração cheia de brasilidades!
Para a arquiteta Carina Dal Fabbro, à frente do escritório que leva seu nome, a diversidade nacional inspira criatividade para objetos que podem ficar muito bem em qualquer área do lar. Por isso, separou elementos e dicas que podem ser adicionados no décor. Acompanhe:
Cobogós
Muita gente não sabe, mas o cobogó é um material 100% brasileiro! Seu nome, uma junção de sílabas dos nomes dos três engenheiros que criaram o item, Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis, sofreu algumas alterações em alguns lugares do país como combobó e combogó, até se tornar cobogó.
No passado, o item era feito de cimento, mas com sua popularização passou a ser realizado e em outros materiais como argila, vidro, cerâmica, entre outros, em diversos desenhos e cores. “Antigamente o conceito do Cobogó estava mais atrelado à possibilidade de trazer a ventilação em um imóvel. Mas aos poucos a arquitetura de interiores descobriu sua versatilidade para separar sem perder a iluminação natural presente no cômodo ao lado, como também pela questão estética que agrega para a decoração. Eu adoro”, declara a arquiteta Carina Dal Fabbro.
Ladrilhos Hidráulicos
O ladrilho hidráulico, também conhecido como mosaico ou piso hidráulico, é um tipo de revestimento realizado à base de cimento e amplamente instalado em pisos e paredes. As técnicas de manufatura foram ensinadas à imigrantes que viviam no Brasil e foi no século XIX que as primeiras fábricas foram instaladas no Brasil. O que poderia ser um material do passado, foi redescoberto quando os designers de interiores visitaram antigas edificações do final do XIX e viram a presença do ladrilho hidráulico em varandas, cozinhas, banheiros e salas de jantar.
Os traços da Belle Époque brasileiro, que marcou o revestimento, seguem firmes no décor com desenhos inspirados na cultura de nosso país. Carina relata seu apreço por especificar o material em projetos de clientes de personalidade e sem o receio de ousar.
“O ladrilho é muito interessante, tanto em função de sua história, o modo de fabricação e as estampas coloridas que permitem diversas combinações tanto na parede, piso ou bancadas”, sugere.
Cadeira palhinha
Provavelmente você já ouviu falar da cadeira palhinha, modelo que é um clássico no décor e, ao mesmo tempo, super atual. O efeito vazado, comumente aplicado do assento e no encosto, adequou-se ao nosso clima tropical e segue em alta por conta da valorização das peças manuais que marcam tanto a decoração brasileira!
Com origem na Índia, ela se popularizou em Viena, na Áustria, e passou a integrar versões de peças clássicas do design, como a poltrona Luís XV e chegou ao nosso país nas décadas de 1950 a 1970, ganhando traços do design nacional. “Embora as cadeiras de palhinha em geral sejam em móveis, é possível customizar uma cadeira com palhinha de nylon, rami ou natural, por exemplo”, indica Carina.
Elementos naturais
Quando falamos de um décor inspirado no Brasil, os elementos naturais também precisam estar presentes. A lembrança da praia, o verde que remete à natureza… Tudo é válido para deixar o seu espaço mais personalizado. Para isso, a utilização de plantas e flores em ambientes interno fazem toda a diferença.
“Itens no estilo rústico, que tradicionalmente estão associados ao campo e natural, também complementam o ambiente. Para as flores, algumas espécies típicas do Brasil como orquídeas, camélias e begônias também trazem remetem a nossa cultura”, conta Carina.
Acessórios
Há outras formas que podem deixar a sua casa com um toque bem brasileiro. Cores, tecidos, estampas… Tudo é válido para deixar o seu espaço agradável e dar o toque que você deseja. “O Brasil explora com muita criatividade objetos de decoração que ficam muito bem em qualquer espaço. A mistura de cores, principalmente do amarelo com o azul e o verde são os clássicos da brasilidade”, reflete a arquiteta.