O IGP-M (Índice Nacional de Preços – Mercado), indicador responsável pelo reajuste de parte dos contratos de aluguel no Brasil, voltou a recuar após dois meses de alta, registrando uma variação de 0,81% em junho, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com essa variação, o índice acumula uma alta de 1,10% no ano e de 2,45% nos últimos 12 meses. No mês anterior, maio, o índice subiu 0,89%. Para efeito de comparação, em junho de 2023, o índice teve uma queda de 1,93%, acumulando um recuo de 6,86% nos 12 meses anteriores.
O percentual acumulado do IGP-M é o que seria repassado às locações com vencimento no próximo mês. No entanto, a maioria dos contratos possui cláusulas que impedem o reajuste negativo do indicador.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, a aceleração da taxa anual do índice pode ser explicada pelas variações no IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e no IPC (Índice de Preços ao Consumidor). “Os desafios climáticos e a sazonalidade foram determinantes nos destaques do índice ao produtor e do índice ao consumidor. No IPA, as maiores contribuições vieram da soja, do café, da batata e do leite; itens que também tiveram impacto no IPC. Não por coincidência, a batata e o leite também foram destaques significativos no varejo”, explicou.
Os inquilinos devem estar atentos aos indicadores de reajuste presentes nos contratos de locação, pois muitas negociações passaram a utilizar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, como indexador nos novos contratos.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, sua variação é diferente daquela apresentada pela inflação oficial, que considera os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
Por Terra Brasil Notícias