Censo elaborado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social aponta que existem hoje 127 pessoas morando nas ruas em Marília. A maioria tem idade entre 19 e 50 anos.
Apesar da sensação que a pandemia agravou a situação, a secretaria declarou que o número de moradores nas ruas hoje é menor do que no primeiro ano da gestão municipal atual, em 2017. De acordo com a pasta, nesse ano a cidade contabilizava 190 moradores de rua.
“A ordem é que haja reinserção familiar dessas pessoas. Neste ano, tiramos 26 pessoas efetivamente das ruas. Teve gente que fez tratamento de desintoxicação, arrumou emprego, alugou casa ou foi para um asilo. A maioria dessas pessoas voltou para a família”, destacou Wania Lombardi, secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.
O sociólogo e cientista político Fábio Pacano considera significativo o número das pessoas retiradas efetivamente das ruas, já que representa quase 20% do total.
“O que funciona são ações integradas, que envolvem acolhimento, oferecimento da possibilidade de tratamentos de desintoxicação, fazer contato com familiares e oferecer qualificação profissional. No entanto, não há como evitar a ida dessas pessoas às ruas, já que isso acontece no âmbito privado e foge à ação do poder público”, pontuou.
Entre os pontos de maior concentração estão as praças da Catedral São Bento, da Igreja São Miguel, a rodoviária, o terminal rodoviário urbano e a estrutura do entorno, além da Praça Athos Fragata, próximo ao entroncamento das avenidas Tiradentes e Esmeraldas.
Sem esmolas
A secretária alerta que o ideal é a população não dar dinheiro nem alimentos a essas pessoas e sim doar aos programas sociais desenvolvidos pela secretaria.
A secretaria dispõe de duas equipes que fazem rondas diárias das 7h às 20h e encaminham os moradores de rua aos serviços sociais. “No ano que vem, nossa ideia é ampliar esse serviço para 24 horas”, pontuou a secretária.
Um dos serviços oferecidos para os moradores de rua é o Centro Pop, na rua Paraíba, que oferece café da manhã e um vale para o almoço do Bom Prato. O local oferece oficinas com orientações de higiene e saúde, para o morador permanecer durante o dia.
Tem também a Casa Cidadão, um abrigo temporário na rua Paraíba para o migrante, imigrante, refugiados, idosos ou famílias que funciona como uma casa de passagem. Hoje atende cerca de 30 pessoas, mas tem capacidade para 63 (50 homens e 13 mulheres).
E a Fumares (Fundação Mariliense de Recuperação Social), um abrigo definitivo para acolher moradores de rua que perderam totalmente o vínculo familiar, permanecendo no local até adquirir idade para serem encaminhados a um asilo. A Fumares atende hoje 22 pessoas, com capacidade para 50.
Existe ainda um programa de cessão de passagens rodoviárias para os migrantes retornarem ao local de origem ou onde estão suas famílias. Dois funcionários da secretaria trabalham na rodoviária nesse sentido. “Não damos passagem indiscriminadamente, são critérios individuais e cada caso é um caso”, concluiu a secretária.
Serviço
A Secretaria Municipal de Assistência Social reforça que não se deve dar esmola e divulga os dois telefones das equipes de abordagem quando a população se deparar com um morador de rua: 99774-4629 e 99877-1686.