A vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pompeia, Marineves da Silva Barros Souza, considerou natural, porém, preocupante, o resultado de pesquisa realizada na última semana do comércio varejista nacional, no período de 16 a 22 de Março, que registrou uma queda de 25,2% das vendas em relação à semana anterior, no período de 9 a 15 de março.

“Era de esperar diante de tudo que vem acontecendo”, disse a dirigente pompeiana ao observar os dados do levantamento com abrangência nacional feito pela Boa Vista em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

“Esses números demonstram como as medidas adotadas contra o Covid-19, que restringem a circulação de consumidores em todo o país, têm afetado o varejo brasileiro”, reforçou a comerciante que faz parte da diretoria da associação comercial local. “Na comparação interanual, ou seja, com igual período do ano passado, a queda registrada foi de 9,5%”, observou.

De acordo com os números do levantamento realizado, é preciso considerar apenas o último fim de semana (20 a 22 de março), quando a queda registrada é ainda maior: 36,6% contra o final de semana anterior (13 a 15 de março), quando já havia restrições na circulação de pessoas, e 44,3% contra o fim de semana de 6 a 8 de março, quando ainda não havia restrições, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) não havia decretado pandemia.

“Precisamos ficar atentos a esses números e aos próximos para acompanhar o resultado prático do fechamento do comércio em geral decidido através de decretos”, falou a vice-presidente da associação.

As medidas restritivas, como o fechamento de lojas e a drástica redução na circulação de pessoas, têm causado um impacto significativo nas vendas do comércio varejista, principalmente nas lojas físicas. As incertezas quanto à duração das restrições e o efeito causado sobre o mercado de trabalho já afetaram fortemente a confiança dos consumidores e devem continuar influenciando negativamente as decisões de consumo, mesmo com as medidas paliativas que os governos vêm anunciando.

“O empresariado ainda não sabe o que vai acontecer e o que é preciso ser feito para evitar um mal maior”, disse Marineves da Silva Barros Souza que admite muito desencontro de informações de todos os lados. “É preciso tomar muito cuidado com as notícias falsas que aumentam a histeria”, alertou ao pedir serenidade e checagem de toda informação de grande impacto.

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