O primeiro tesoureiro da Associação Comercial e Industrial de Marília, Manoel Batista de Oliveira ficou animado ao observar que a confiança do consumidor brasileiro subiu levemente em janeiro e atingiu os 75 pontos, um ponto a mais que em dezembro. “Nos dias de hoje qualquer sinal de melhoria deve ser recebido com otimismo”, disse o dirigente mariliense que aguarda números complementares melhores até o final do período avaliado pelo Índice Nacional de Confiança (INC), indicador elaborado pelo Instituto de Economia Gastão da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), que repercute em todo o varejo brasileiro, em virtude de reunir o maior número de lojas e consumidores na América Latina. “Outro fato interessante é que nenhuma região do País apresentou queda na confiança”, disse animado o diretor/lojista mariliense.
Manoel Batista de Oliveira explica que a pesquisa é medida de 0 a 200 pontos e afere a percepção da população sobre sua condição financeira atual e as expectativas em relação à situação futura, afetando o comportamento destas pessoas na hora da compra. Para o economista da Associação Comercial de São Paulo, Ulisses Ruiz de Gamboa, a percepção negativa das famílias em relação à situação financeira própria e de emprego ainda persiste. “Observamos que aumentou a disposição do consumidor para comprar itens de maior valor, como carro e casa e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, assim como a propensão a investir no futuro”, analisa Ruiz de Gamboa, em também enxergar um comportamento positivo para o varejo em geral. “O Natal não foi ruim, mas esperava-se algo melhor”, disse Manoel Batista de Oliveira que é lojista na Zona Sul da cidade de Marília.
Os dados da pesquisa realizada recentemente, elaborados pelo Instituto de Economia da ACSP, sugerem que a retomada da confiança do consumidor, junto à maior disponibilidade de crédito e aos impactos positivos do Auxílio Brasil, serão cruciais para assegurar que as vendas do varejo sigam crescendo, embora com menos intensidade. “Que seja lento, mas crescente”, deseja o tesoureiro da diretoria da associação comercial de Marília que está confiante num primeiro semestre mais positivo, apesar do ano eleitoral e da Copa do Mundo. “O segundo semestre promete ser bem melhor, afinal, as dúvidas e incertezas políticas terminarão e ainda teremos uma Copa do Mundo e um Natal muito próximos, com uma “Black Friday” no meio”, programa o comerciante que espera de forma animada o desempenho do varejo do segundo semestre melhor que o primeiro. “Geralmente no primeiro semestre pagamos para trabalhar, enquanto que no segundo, tentamos fechar o caixa no azul”, disse.
A pesquisa ouviu pessoas de diferentes classes sociais e apontou elevação da confiança entre os entrevistados da A, B e C (84 e 83 pontos respectivamente), enquanto os consumidores das classes D, E, permaneceram estáveis (52 pontos). “Isso quer dizer que dá para melhorar”, acredita. “O Governo Federal deveria ajudar mais, elevando o auxílio governamental que ajuda a movimentar a economia, porém, este começo de ano as chuvas estão causando muitos estragos”, lembrou ao acompanhar os noticiários e verificar a calamidade pública que o excesso de água vem causando. “Isso atrapalha um pouco, pois, é algo inesperado”, disse ao lembrar da necessidade de subsistência.