O perfil predominante de vítimas fatais no trânsito de Marília é composto por homens jovens, motociclistas e pedestres, com idade entre 18 e 24 anos. É o que revela o Infosiga, banco de dados do governo estadual com informações de acidentes registrados nas vias urbanas e nas rodovias que cortam o município.
O levantamento foi baseado na estatística referente entre janeiro de 2015, mês em que o governo estadual começou a disponibilizar os dados, até outubro deste ano. Nesse período de quase seis anos, 176 pessoas perderam a vida no trânsito em Marília.
Motociclistas e pedestres são os mais vulneráveis. Entre o total de mortos por veículo de locomoção, 51 (29%) estavam em motos e a mesma quantidade era pedestre. Na sequência aparece o automóvel, com 49 óbitos correspondentes.
Do total das pessoas que morreram no trânsito em Marília, 78,41% eram do sexo masculino e 18,18% eram do sexo feminino. Em 3,41% dos casos, a informação sobre o gênero não estava disponível.
Os condutores são o maior alvo das mortes no trânsito, representando 48,3% do total. Na sequência vêm os pedestres, 28,98%, e passageiros, 10,23%. Em 12,5% dos casos, esse tipo de informação não estava disponível.
Atropelamentos e colisões foram os tipos de acidente mais comuns que levaram aos óbitos, com o registro de 56 ocorrências cada entre janeiro de 2015 e outubro deste ano.
Com relação aos óbitos por faixa etária, entre os 176 óbitos, 30 foram de jovens com idade entre 18 e 24 anos, o que representa 17% do total. Na sequência aparecem vítimas entre 55 e 59 de idade, com 19 registros.
O especialista em trânsito Marcos Farto considera que faltam ações na cidade para evitar acidentes e, em consequência, as mortes. Ele entende que essas ações não devem se dirigir a grupos restritos, independentemente de quem sejam os mais vulneráveis no trânsito.
“A Emdurb deveria chamar diversos segmentos, como indústrias, motoristas de Uber, taxistas, autoescolas, empresas de ônibus, Sindicato dos Motoristas, Sest/Senat e outras entidades para fazer reuniões bimestrais em que fossem apresentadas ideias e propostas para melhorar o trânsito. Não é só deixar o assunto somente para a Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) ou para a Semana Nacional de Trânsito”, sugeriu.
Segundo Farto, outro ponto essencial é a fiscalização. “Marília está pecando na fiscalização. O ideal seria haver 100 agentes de trânsito e temos no máximo 12. Isso sobrecarrega a Polícia Militar e incentiva a imprudência. Se não puderem contratar esse número de agentes, podem adquirir câmeras de monitoramento em semáforos, uma alternativa tecnológica”, destacou.
A maior parte das mortes, 50,57% do total, foi registrada nas rodovias que cortam Marília. Na sequência estão as vias dentro da cidade, com 46,02% dos registros. Em 3,41% dos casos, esse tipo de informação não estava disponível.

ocorrido em setembro deste ano
Recente
Um dos casos mais recentes de morte no trânsito em Marília tirou a vida do motociclista Leonardo Augusto Sacco, 27 anos, em acidente na madrugada do dia 17 de setembro na rua Nove de Julho, no bairro Cascata, zona leste de Marília. A principal hipótese é que ele teria perdido o controle da motociclista após passar por uma lombada.