Representantes das escolas particulares de Marília, Esquema Único, Orbe, Interação, Objetivo, Colégio Assembleiano, Compacto, Colégio Lumen de Garça e Criativo se reuniram ontem, no D Max Hotel, para divulgar uma medidas conjuntas com a finalidade de coibir as ameaças de ataques às escolas.
Eles solicitaram também apoio da imprensa para colaborar em não divulgar boatos e ameaças de crimes infundadas. Também enalteceram para os pais se tranquilizarem que diversas medidas de segurança estão sendo adotadas.
Além disso, enalteceram o trabalho de inteligência das polícias que já elucidou as únicas 5 ameaças na cidade e identificou os menores infratores.
Como em outras cidades, a exemplo d Sobradinho, segundo o delegado-chefe da 13ª Delegacia de Polícia local, Hudson Maldonado,
o adolescente que cometer essas práticas de crimes serão apreendidos junto ao sistema como a Febem, de São Paulo. Já os que fazem ameaças de qualquer tipo devem pegar até três anos de internação. “Em uma medida socioeducativa, por ele ser menor de idade”, detalha.
Daí a importância dos pais ajudarem no acompanhamento geral de seus filhos, saberem com quem andam, o que assistem e compartilham na internet e outras redes sociais, bem como vistoriar as mochilas deles, antes que seja tarde demais.
Sinais de alerta
O monitoramento realizado pela família, pelo Estado e pelas escolas são passos fundamentais para se evitar a execução desses crimes. No entanto, Catarina de Almeida Santos, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), alerta que as medidas não podem ser restritas apenas à supervisão dos jovens e adolescentes. “É necessário ver o que andam publicando ou acessando nas redes, mas também precisamos pensar o que está motivando esses ataques. Precisamos não apenas impedir que eles aconteçam, mas evitar que esse adolescente desenvolva esse tipo de atitude, de quem planeja cometer esses crimes”, ressalta.
Para a professora, as medidas passam por diversas instâncias. “É necessário ir atrás dos núcleos de conversa desse estudante, com quem ele está tendo contato que o dá acesso a arma.
Vale lembrar que as escolas estão cada vez mais proibidas de tratar de questões críticas. Enquanto a instituição que faz parte da sociedade, a escola precisa ter infraestrutura profissional e liberdade para que os alunos discutam esses temas e trabalhem as questões de intolerância, desrespeito e preconceito com o jeito de existir do outro”, aponta.
Catarina destaca que não há uma resposta simples. “O trabalho preventivo é essencial, mas precisamos questionar: qual a política pública estamos adotando que impossibilita a escola de trabalhar conteúdos que precisa, que permite que crianças e adolescentes participem de clubes de tiros ou tenham manejo com armas? Estamos naturalizando práticas de racismo e discriminação. Sem diálogo, não tem educação ou ensino eficaz. Hoje em dia, as escolas estão cada vez mais parecidas com unidades prisionais, com grades, câmeras, muros altos, e sem permissão de ser um espaço de criatividade e debate. Por isso que o tema é complexo, esse problema passa por diversas esferas”, finaliza